Secretária-geral do MDB Mato Grosso, a deputada estadual Janaina Riva afirmou que a sigla não deve abrir qualquer procedimento interno para tratar sobre a conduta do prefeito Manoel Loureiro Neto (MDB), em Diamantino (a 181 quilômetros de Cuiabá).
O prefeito é acusado de cobrar e receber propina do empresário Alessandro Souza de Carvalho, da construtora Monte Alto Ltda., como condição para a liberação de valores devidos pelo Município.
Janaina lembrou que quando o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), teve vídeo divulgado em 2017 recebendo maços dinheiro no Palácio Paiaguás enquanto ainda era deputado. O episódio ficou conhecido como “caso paletó” e nada foi feito internamente contra ele. Emanuel é réu pelo caso na Justiça Federal.
“Nunca abriu [procedimento] contra o Emanuel, não vai fazer isso com nenhum prefeito. Não é do partido fazer isso. […] Dentro do partido não vai ter nada. Nem contra ele, nem com o Emanuel”, disse ela à imprensa.
Segundo Janaina, mais cedo ou mais tarde, o prefeito terá que se pronunciar.
“Isso [dar explicações] é algo que ele vai ter que fazer para população e a imprensa. Entendo que ele deve estar passando por um momento difícil, mas vai chegar uma hora que ele terá que dar explicações, como Emanuel fez”, disse.
Entenda
O prefeito foi alvo de busca e apreensão no último dia 15, durante operação do Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), ambos ligados ao MPE.
Conforme as investigações, por diversas vezes, valendo-se do cargo de prefeito, Manoel teria exigido pagamentos de propina do empresário Alessandro.
O empresário compareceu à sede do MP em Diamantino para relatar a cobrança de propina. No depoimento, Alessandro narrou que sua empresa foi vencedora de três licitações realizadas pela Prefeitura de Diamantino. E que a cobrança de propina teria começado em 2022.
“O atual Prefeito de Diamantino, a quem conhece há mais de 30 (trinta) anos, passou a exigir do empresário o pagamento de propina como condição à liberação dos pagamentos das notas emitidas por sua empresa, atuando de modo a agilizar os pagamentos em favor daquela, com objetivo único e exclusivo de obter do particular o pagamento de vantagem indevida”, diz o MPE.
Para corroborar suas alegações, o empresário forneceu vídeo, áudios e conversas de WhatsApp com o prefeito.
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