O resultado positivo da indústria, que cresceu 4,1% de maio para junho após dois meses seguidos de queda, indica que a atividade bastante aquecida, dizem analistas. O dado, divulgado na sexta-feira, deve impulsionar o PIB trimestral.
O crescimento, que tem relação com os esforços para a recuperação do Rio Grande do Sul atingido por enchentes, marcou, pela série dessazonalizada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior alta mensal para a indústria desde julho de 2020, quando houve expansão de 9,1% – em um contexto de recuperação dos primeiros choques da pandemia de covid-19.
O desempenho no mês ainda fez, segundo o IBGE, com que a produção industrial ultrapassasse em 2,8% o seu nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
Com o resultado, um crescimento acima de 1% no PIB do segundo trimestre não seria uma surpresa, na avaliação do economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles.
Para além do número considerado forte da indústria em junho, ele cita que boa parte dos indicadores antecedentes têm apresentado dinâmica positiva no período, o que corrobora a análise de atividade ainda aquecida.
O C6 projeta crescimento de 2,5% para o PIB em 2024, mas Salles reforça que uma alta na casa de 3% no ano “não pode ser descartada”.
Todos os setores
Segundo o gerente da Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE, André Macedo, a expansão foi espalhada por todas as atividades, nas diversas comparações.
“Nas diversas comparações, essa característica de crescimento está bem disseminada. A gente vai observar isso na comparação com o mês anterior, no índice de média móvel trimestral, na comparação interanual, o indicador acumulado no ano, acumulado nos últimos 12 meses”, disse ele, na sexta-feira, quando foram divulgados os números.
O gerente de pesquisa do IBGE também disse que em todas essas métricas, para além do total do setor industrial – que está situado no campo positivo -, há uma leitura de que o crescimento está espalhado, com as categorias econômicas quase em sua totalidade mostrando expansão e a maior parte das atividades dentro do campo positivo.
De 25 atividades apuradas pela pesquisa, 16 registraram avanço em junho. Os segmentos com os melhores desempenhos foram coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4%), produtos químicos (6,5%), produtos alimentícios (2,7%) e indústrias extrativas (2,5%).
O especialista do IBGE destacou que, em termos de magnitude, na margem, bens de consumo duráveis (4,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,1%) são as duas categorias que registram as expansões mais acentuadas na passagem de maio para junho.
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