A valorização das commodities e a expectativa de que o pacote de gastos do governo seja anunciado esta semana são insuficientes para animar o Ibovespa na manhã desta segunda-feira, 18. O principal indicador opera na faixa dos 127 mil pontos desde a abertura do pregão, alternando leves quedas com altas. O quadro indefinido interno se esbarra também na falta de direção dos índices futuros de ações norte-americanos.
Na sexta-feira, quando a B3 ficou fechada devido ao feriado da Proclamação da Repúblicas, as bolsas americanas fecharam em baixa em meio a expectativas de redução nas apostas de corte do juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Um dia antes, na quinta, o Índice Bovespa fechou em alta de 0,05%, aos 127.791,60 pontos.
Em meio à agenda esvaziada de indicadores no Brasil e no exterior hoje, os investidores monitoram eventuais notícias sobre o plano de corte de gastos do governo federal, que pode ser divulgado esta semana.
No domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou à emissora CNBC que o pacote de cortes de gastos “está fechado” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o anúncio ocorrerá “brevemente”. O ministro disse que está faltando a resposta do Ministério da Defesa.
A política fiscal será o foco do mercado, afirma o Bradesco. Primeiro, escreve, há a expectativa de anúncio do pacote fiscal, que deve contribuir para o cumprimento do arcabouço fiscal. “E na sexta-feira, o Tesouro deve apresentar o quinto relatório bimestral de reavaliação de receitas e despesas. É esperada, também, a arrecadação federal de outubro, que deve seguir forte e crescer 11% em termos reais em relação ao mesmo período de 2023”, cita o banco em relatório.
Em meio a elevadas incertezas fiscais, hoje o boletim Focus trouxe novas revisões para cima nas projeções de inflação e de Selic. A mediana do relatório para o IPCA de 2024 subiu pela sétima semana seguida, de 4,62% para 4,64%. Para 2025, foi de 4,10% para 4,12%, mais próxima do teto, de 4,50%, do que do centro da meta, de 3%. Já a mediana para a taxa Selic no fim de 2025 passou de 11,50% para 12%. Atualmente, está em 11,25% ao ano.
Para o Itaú Unibanco, o juro básico terá de avançar mais. Hoje, o banco elevou sua projeção para a taxa Selic, em meio à expectativa de um dólar mais elevado, atividade doméstica forte e avanço nas previsões de inflação. O banco agora vê o juro básico indo até 13,50% no decorrer de 2025, permanecendo neste nível até o final do ano que vem. A estimativa anterior era de que a Selic ficasse em 12% ao ano.
“Com câmbio mais depreciado, atividade ainda resiliente, expectativas desancoradas (por um período prolongado) e riscos crescentes, o Banco Central precisará recalcular o grau de aperto monetário e avançar ainda mais, e com maior celeridade, em território contracionista”, argumenta o relatório assinado pelo economista chefe do Itaú, Mario Mesquita.
Às 11h05, o Ibovespa tinha queda de 0,03%, aos 127.754,22 pontos, ante recuo de 0,25% quando atingiu mínima aos 127.471,44 pontos. Na máxima alcançou 127.842,17 pontos, em alta de 0,04%.
Neste horário, as cotações do petróleo avançavam em torno de 1,00% no exterior. O contrato mais negociado do minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para janeiro de 2025, fechou em alta de 1,87%. Assim, as ações da Petrobras avançavam entre 0,67% (PN) e 1,23% (ON). Vale tinha elevação de 0,42%.
+Já ações mais sensíveis ao ciclo econômico são destaques de baixa, caso de CVC (-2,61%) e Hapvida (-3,15%), em meio à pressão para cima nos juros futuros.
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