O Fantástico da Rede Globo exibiu, neste domingo (12), uma reportagem sobre o caso do empresário Toni da Silva Flor, que foi assassinado com 5 cinco tiros quando chegava numa academia em Cuiabá em agosto de 2020. Mostrou também o desfecho um ano depois, quando a Polícia Civil prendeu a viúva, Ana Cláudia Flor, como a mandante do assassinato.
Ela passou todo esse período acompanhando de perto a investigação, frequentando a casa de familiares dele fingindo que queria justiça pela morte do marido, chegando a confeccionar 100 camisetas com a foto dele e a palavra “justiça”. Um representante do Ministério Público afirmou na entrevista que ela matou o marido para não dividir os bens, pois Toni havia pedido divórcio.
Na reportagem foram exibidas entrevistas do delegado que investigou o caso, da mãe e de uma irmã de Toni, que falaram sobre a frieza de Ana Cláudia e sua estratégia de se manter próxima da família para que não fosse considerada suspeita pelo crime. Leonice da Silva Flor, mãe do empresário, confirmou que a relação dele com Ana Cláudia era conturbada e tensa, tanto que Toni havia decidido pela separação. “Ele não brigava, ele saía de casa. Pegava uma e ia pro hotel”, relatou a mãe. Conforme ela, na útlima briga com a esposa Toni avisou que ia mudar de vida. “Nesse dia ele falou, mãe eu vou separar da Ana. Ele comunicou isso a ela”, revelou Leonice.
Também foram exibidos trechos de entrevistas que Ana Cláudia concedeu para a imprensa de Cuiabá repetindo uma versão de que o marido teria sido morto por engano, ao supostamente ter sido com um policial federal que frequentava a mesma academia. A estratégia da viúva de se aproximar de familiares de Toni após sua morte e também ir com frequência até a delegacia para se inteirar do avanço das investigações foi mostrada na reportagem. Ela, inclusive, foi até a casa da ex-sogra no dia do seu aniversário, a parabenizou e disse que não havia esquecido de Leonice.
Ana também organizou uma manifestação pedindo “justiça” pela morte do marido e mandou confeccionar 100 camisetas com a foto dele, usadas por familiares e amigos mais próximos em atos pedindo agilidade na investigação e Justiça por Toni.
“Ela sempre queria saber se havia suspeito, era sempre essa pergunta, já tem suspeito?”, relvelou o delegado Marcel de Oliveira, que conduziu o inquérito na Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele disse não restar dúvidas de que ela foi a mandante do assassinato, pois o executor Igor Espinosa, detalhou toda a trama e o acordo feito com ela. “Durante seu interrogatório o Igor confessa na íntegra todos os passos do crime, como praticou o crime, quem foram os intermediadores, inclusive, quem foi a mandante”, contou o delegado.
O caso já foi encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE), responsável por oferecer a denuncia criminal contra os indiciados pelo homicídio. “Não há qualquer dúvida de que ela foi a mandante desse homicídio. Ela não queria com a separação do casal, dividir os bens do casal, esse foi o principal motivo do crime”, disse o promotor de Justiça, Samuel Frungilo, ao Fantástico.
Viviane da Silva Flor, irmã de Toni, também concedeu entrevista e relatou a confiança que depositiva na então cunhada. “Se teve uma pessoa que confiou nela foi eu porque eu sempre pensava assim: ela não tem coragem de ter feito isso porque ela sabia quanto aquelas meninas amavam o pai, o quanto esse pai amava aquelas filhas. “O fato de ela planejar e depois ficar ali um ano ali do nosso lado, covivendo com a nossa dor, chorando junto com a gente, eu sinto nojo, sabe, sinto nojo de tudo isso”, declarou Viviane.
Conforme familiares de Toni disseram na reportagem, ele não tinha bens em seu nome, mas estava crescendo financeiramente com a empresa de representação comercial de produtos alimentícios e tinha uma renda em torno de R$ 50 mil por mês. Depois da prisão de Ana Cláudia, todos os contratos foram desfeitos. A defesa de Ana Flávia também deu entrevista e sustentou que ela não cometeu o crime. “Cabe a nós agora refutarmos item por item no decorrer da ação penal”, disse o advogado Jorge Henrique de Godoy.
O CRIME
O crime foi praticado no dia 11 de agosto de 2020, ocasião em que Toni Flor chegava em uma academia no bairro Santa Marta, em Cuiabá, e foi surpreendido por um homem de cabeça baixa. Era Igor Espinosa, que abordou o empresário dizendo “perdeu”. Em seguida, disparou 5 vezes contra Toni e fugiu. Para fechar o acordo com Ana Claudia, fez uma videochamada com mais dois intermediadores, que também foram presos.
Em depoimento prestado à Polícia Civil, Igor relatou Ana Cláudia prometeu pagar R$ 60 mil pela execução. Para a Polícia Civil, ela mandou matar o marido por medo após anunciar que iria se separar. Ana Claudia foi presa no dia 20 de agosto deste ano, pois que o executor foio preso e confessou que matou o empresário a mando da esposa. De acordo com o delegado Marcel de Oliveira, ela prometeu R$ 60 mil para o executor e intermediário do crime, sendo que R$ 20 mil foi efetivamente pago e ele torrou no Rio de Janeiro onde passou uma temporada de três meses.
Folhamax
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