Em uma articulação nacional envolvendo as direções nacionais do PL de Jair Bolsonaro e o PP do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tiveram início as tratativas para que o deputado federal Neri Geller (PP) recue de sua candidatura ao Senado e seja candidato a vice-governador na chapa do governador Mauro Mendes (DEM).
Com isso, o senador Wellington Fagundes (PL) iria à reeleição na mesma chapa que Mendes e Geller, garantindo assim o apoio do presidente Jair Bolsonaro ao atual governador e fortalecendo ainda mais a sua reeleição.
As negociações passam por interlocutores como o ex-governador Blairo Maggi (PP), e o ex-presidente Michel Temer (MDB), já que o MDB já havia fechado apoio a Geller.
“Wellington saiu da condição de candidato à reeleição para a condição de favorito diante do apoio incondicional do presidente Jair Bolsonaro, que inclusive sinalizou no recuo de outros nomes que no passado haviam conquistado o apoio do presidente, como o deputado José Medeiros que ainda está no Podemos, mas, que vai seguir o presidente para o PL ou outro partido aliado”, disse um dos interlocutores que estiveram no almoço de Michel Temer e Blairo Maggi em Campos do Jordão (SP), na semana passada em comemoração ao aniversário do empresário Antônio Luz.
A estratégia do grupo é garantir que Neri recue para se habilitar a disputar a vaga de vice, ou então deixar que ele dispute novamente o mandato de deputado federal com sinalizações futuras inclusive para cargos de algum ministério de um eventual segundo governo de Jair Bolsonaro com apoio do MDB, PP, PL, DEM entre outros.
No tabuleiro de xadrez da disputa de 2022 em Mato Grosso, Mauro Mendes trabalha nos bastidores para não correr riscos e conseguir atender a todos os interessados em lhe apoiar, e ao mesmo tempo, evitar distensões para conseguir um grande arco de apoio, principalmente com o PL de Wellington Fagundes, que deixou a condição de partido político para importante aliado político visto o distanciamento do governador com o presidente Jair Bolsonaro.
A busca pelo apoio de Bolsonaro à sua reeleição já vem sendo contemplada desde o início do ano, através do senador Jayme Campos (DEM), que articulou várias reuniões com o Palácio do Planalto, inclusive uma com a participação de Mauro Mendes.
Mendes busca ampliar a sua base de apoio e selar o apoio de Bolsonaro para não encontrar adversários à altura e ameaçar a sua reeleição.
Já pelo lado de Wellington Fagundes, o senador demonstra força política e eleitoral em regiões que Mauro Mendes tem dificuldades, como na região sul, principalmente em Rondonópolis, que abriga o prefeito José Carlos do Pátio (SD), já apontado como candidato ao governo por siglas de esquerda em apoio a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) principal adversário de Bolsonaro, e no Vale do Araguaia, considerado como o vale dos esquecidos, tendo mais ligação com Goiás e Tocantins do que com Mato Grosso.
Se Neri Geller recuar, mesmo que não componha a chapa de Mauro Mendes e saia para deputado federal, a vaga de vice tende a ir para o ex-prefeito e ex-deputado federal, Adilton Sachetti (Republicanos), ou outro nome indicado por Blairo Maggi.
Gazetadigital
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