SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Num discurso na Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na noite de quarta (15), o presidente Jair Bolsonaro afirmou ter demitido diretores do Iphan, o principal órgão de preservação do patrimônio cultural do país, depois que a instituição interditou uma obra do empresário Luciano Hang, um de seus mais notórios apoiadores.
Bolsonaro afirma no vídeo ter ficado sabendo que um pedaço de azulejo apareceu durante as escavações para a construção de uma loja da Havan, o que teria motivado as demissões.
“O que que é Iphan, com ‘ph’?”, pergunta Bolsonaro. “Explicaram para mim, ripei todo mundo do Iphan. Botei outro cara lá.”
A plateia de empresários ri e aplaude. Eles estavam reunidos para o evento Moderniza Brasil – Ambiente de Negócios, em São Paulo.
“O Iphan não dá mais dor de cabeça para a gente”, acrescentou Bolsonaro.
Além dos ataques do presidente e da troca de funcionários do alto escalão do Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, foi sob o governo Bolsonaro que o conselho consultivo do Iphan, a instância máxima para tombamentos e registros de bens imateriais, ficou sem se reunir por um ano e oito meses.
Esta foi a maior paralisia do Iphan em 65 anos –algo que não foi visto nem na ditadura militar.
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