SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Miss Ucrânia 2018, Veronika Didusenko, 26, relembrou sua fuga do país no fim de fevereiro, em meio aos bombardeios das forças russas. Ela estava dormindo na capital Kiev no último dia 24, quando acordou com o barulho de sirenes que avisavam o bombardeio russo.
“Liguei o noticiário e fui ao meu feed do Facebook para descobrir o que estava acontecendo”, lembrou a jovem em entrevista ao site norte-americano Fox News Digital.
“Vi que meus amigos estavam postando coisas como: ‘A guerra começou. Os russos invadiram a Ucrânia e estão bombardeando Kiev’. Fiquei tão chocada. Peguei todas as minhas roupas – já tinha minha bagagem pronta. Acordei até meu filho [Alex], e o levei para o meu carro. Comecei a dirigir para o oeste da Ucrânia. Eu tinha que sair de lá.”
Na entrevista, Didusenko fala que muitos de seus amigos não acreditavam que Putin “ficaria tão louco” a ponto de iniciar uma guerra, mas que ela já havia notado uma movimentação de militares nas fronteiras.
Para salvar a si e ao seu fiho Alex, 7, ela pegou horas de engarrafamento na estrada de saída de Kiev. “Levamos dois dias para sair da Ucrânia por causa dos grandes engarrafamentos”, disse.
“Todo mundo estava correndo para a fronteira também. Eu estava dirigindo com carros militares de um lado e tanques do outro lado, com helicópteros russos voando acima da minha cabeça. Eu estava com muito medo pela minha vida e pela do meu filho. Não havia comida suficiente , água suficiente”.
E continuou: “Você principalmente não conseguia dormir com as sirenes ligadas o tempo todo. Todo barulho de um carro ou avião me fazia olhar ao redor. Eu estava preocupado que fosse um foguete, uma bomba ou alguém atirando. […]. Eu sabia que tinha que sobreviver.”
Depois de viajar por três países e ser acolhida por amigos em Genebra (Suíça), a mmodelo foi para Los Angeles, onde palestrou no dia 8 de março em nome dos ucranianos soba ataque. Ela diz estar se recuperando das imagens e sons que testemunhou, e diz ter sorte por ter conseguido fugir, uma vez que pontes fora destruídas e muitos foram mortos na tentativa de fuga.
“Tudo o que importava para mim era salvar a vida do meu filho”, disse. “Apenas peguei minhas coisas e saí rapidamente. Nesse momento, você não se importa com mais nada. Você está apenas pensando em encontrar segurança, um lugar onde não haja foguetes, bombas ou sirenes.”
Para uma criança, ela diz, a experiência é ainda mais traumatizante. “Sempre que ele fala com nossos amigos, ele diz a eles: ‘Minha mãe me tirou da Ucrânia para que eu não levasse um tiro’. Ele entende toda a situação, quão sério é. Mas ele também entende que eu faria tudo para protegê-lo.”
Apesar do conflito em curso, Didusenko elogiou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy por ser “um líder incrível”. “Ele está lidando com isso extremamente bem”, disse. “Ele é um líder tentando fazer todo o possível para unir nosso povo, mantê-lo forte… Esta guerra é uma tragédia para a Ucrânia. Agora as pessoas são forçadas a lutar ou fugir para salvar suas vidas. É terrorismo contra um país pacífico, independente e democrático.”
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