(FOLHAPRESS) – As tarifas dos táxis ficarão mais caras em São Paulo a partir de 2 de abril. O reajuste de até 48,5% foi publicado no Diário Oficial do município nesta quinta-feira (24).
Segundo a prefeitura, a bandeira tarifária dos táxis enquadrados nas categorias comum, comum-rádio, preto e especial não era reajustada desde janeiro de 2015. Os novos valores, diz a administração Ricardo Nunes (MDB), ainda estão abaixo da inflação acumulada no período.
O valor inicial da corrida (bandeirada) passa de R$ 4,50 para R$ 5,50 (22,2%), e o custo por quilômetro rodado vai de R$ 2,75 para R$ 4 (45,4%) nas categorias táxi comum, especial e preto.
Nessa faixa, a tarifa horária (quando o carro fica parado à disposição do cliente ou circula a menos de 15 quilômetros por hora) custará R$ 49, e não mais R$ 33 -o aumento é de 48,4%.
Para a categoria de táxi luxo, a bandeirada passa de R$ 6,75 para R$ 8,25 (22,2%), a tarifa quilométrica de R$ 4,15 vai a R$ 6 (44,5%), e a tarifa horária subirá de R$ 49,50 para R$ 73,50 (48,5%).
Para a bandeira dois, acionada de segunda a sábado das 20h às 6h da manhã e durante todo o domingo, fica mantido o percentual de 30% cobrado a mais sobre a tarifa quilométrica.
Atualmente há 36.738 táxis ativos credenciados na cidade de São Paulo. Com a mudança, os taxímetros de todos os veículos deverão ser aferidos pelo Ipem (Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo).
O presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos (Sinditaxi), Luiz Carlos Capelo, afirma que, ao pleitear em novembro uma reposição salarial, entregou à prefeitura uma planilha na qual apontava uma defasagem de 61,08% na tarifa.
“O aumento é justo, sete anos que não temos. Chegou neste ano, a gasolina estourou. O pneu, o imposto, as peças na oficina, enfim subiu tudo. Sei que a população passa por um momento difícil, como nós, profissionais do volante. O negócio zerou, tem corrida que é melhor ficar parado”, afirma Capelo.
A categoria pretende apresentar uma proposta à prefeitura para que o valor seja revisado anualmente, o que evitaria um represamento da reposição inflacionária.
Capelo estima que, com o apagão de carros por aplicativos e a retomada dos eventos e da população nas ruas, a procura pelo táxi voltará a crescer nos próximos meses.
“Está aumentando porque as coisas estão voltando à normalidade. Teremos um show [Lollapalooza] em Interlagos com grande número de pessoas, terá convenções. Os hotéis já estão começando a se movimentar, tudo o que a categoria precisa. Não vai ficar 100%, mas 70%, até 80% vai”, diz Capelo.
O preço da corrida atinge novo patamar quando o táxi volta a observar um aumento da demanda, principalmente em decorrência da situação em que vive o serviço de aplicativos.
Em meio à crise econômica, há um apagão dos carros particulares e reclamação dos usuários por conta de viagens canceladas pelos motoristas.
O vereador Adilson Amadeu (União Brasil), ligado aos taxistas, afirma que a inflação do preço do combustível reforçou a necessidade de aumentar a tarifa.
“Essa era uma demanda da categoria e de sua entidade representativa, que nós ajudamos na interlocução com o Executivo. Já faz mais de sete anos sem nenhum reajuste, nenhuma reposição inflacionária”, diz o vereador. “E claro que o cenário de aumentos consecutivos dos combustíveis tornou isso ainda mais urgente.”
Somente em março, na última revisão de preço dos combustíveis feita pela Petrobras, a gasolina teve um reajuste de 18,8%. Com isso, o preço da gasolina vendida pela Petrobras acumulou alta de 24,5% em 2022.
O GNV (gás natural veicular), bastante utilizado por motoristas de táxi, sofreu alta de 3,37% em fevereiro e o preço do metro cúbico chegou a R$ 4,695.
Desde janeiro de 2015, de acordo com a secretaria municipal de Transporte e Mobilidade Urbana, a inflação acumulada foi de 53,09%, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
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Valores para táxi comum, rádio, táxi preto e especial
Quando; Bandeirada; Tarifa quilométrica; Tarifa horária
Antigo; R$ 4,50; R$ 2,75; R$ 33
A partir de 2 de abril; R$ 5,50; R$ 4; R$ 49Valores para táxi luxo
Quando; Bandeirada; Tarifa quilométrica; Tarifa horária
Antigo; R$ 6,75; R$ 4,15; R$ 49,50
A partir de 2 de abril; R$ 8,25; R$ 6; R$ 73,50
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