Uma serpente invadiu um condomínio no Centro de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e tentou entrar em alguns apartamentos do térreo, na última quarta-feira (23). A “invasão” mobilizou as pessoas do prédio para avisar os moradores para não abrirem as portas.
A moradora Rejane Barbosa contou ao g1 que a cobra da espécie ‘hydrodynastes gigas’, mais conhecida como ‘surucucu-do-pantanal’, foi encontrada pela mãe dela, de 67 anos. Segundo ela, o momento foi de desespero.
“Estávamos de porta aberta. Minha mãe havia saído para recolher roupa e quando voltou a luz do corredor não acendeu, mas a luz da sala refletiu e ela viu a cobra que já estava para entrar em minha casa. Ela começou a gritar, levantei e fui ver o que era dei de cara com a cobra pronta para atacar”, relatou.
Rejane disse que fechou a porta rapidamente e que o filho dela, de 8 anos, ficou desesperado e tentou pular a janela. “Minha mãe foi recolhida pelos vizinhos, que a acalmaram. Liguei para os bombeiros, e, enquanto isso, foi chegando gente e a cobra foi ficando ainda mais agitada. Depois, ela evadiu da minha porta. Foi assustador”, disse.
Um vídeo gravado pela cunhada de Rejane, Jessica Poliana Lima, que também mora no prédio, mostra o momento em que o animal circula de porta em porta e o desespero dos moradores.
Segundo Rejane, eles acionaram o Corpo de Bombeiros, mas a equipe demorou mais do que o esperado para chegar. Outras pessoas que presenciaram a cena mataram o animal com medo que ele pudesse invadir outros locais.
“Ela já estava fugindo, então o pessoal da quadra a matou”, disse.
VEJA VÍDEO:
Animal não peçonhento
O biólogo especialista em cobras, Henrique Abrahão Charles, explicou que, apesar de parecer brava, a surucucu-do-pantanal não é considerada uma cobra peçonhenta.
“Ela é uma cobra muito bonita e muito querida pelos criadores de pet, porque ela faz esse achatamento lembrando uma naja. É uma das serpentes mais bonitas que existe e u, comportamento diferenciado”, pontuou.
A orientação, segundo Henrique, é que as pessoas não se aproximem dela e acionem os bombeiros ou órgão ambiental para fazer a manipulação correta.
“Também não é preciso matar o animal, pois ele também sente frio, fome e medo. O mesmo objeto que se usa para matar, poderia ser utilizado apenas para espantá-lo”, explicou.
Segundo ele, no caso da cobra que invadiu o condomínio, a suspeita é de que ela saiu de algum brejo localizado na região e estava em busca de comida e um novo abrigo.
“Essa espécie costuma viver em locais úmidos, então, provavelmente, ela saiu de algum brejo da região e entrou no condomínio. Assim como os moradores, ela também estava sentindo medo e procurava abrigo”, disse.
G1-MT
Deixe o Seu Comentário