SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar começou a semana com pouca alteração, rondando mínimas em dois anos abaixo de R$ 4,70 em segunda-feira (4) marcada por perspectiva de novas sanções contra a Rússia e cautela local devido à greve dos servidores do Banco Central.
Às 9h05 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,13%, a R$ 4,6730 na venda.
Na B3, às 9h05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,26%, a R$ 4,7035.
A moeda spot fechou a última sessão em queda de 2,02%, a R$ 4,6668 na venda, maior desvalorização diária desde 30 de dezembro de 2021 (-2,12%) e menor cotação de fechamento desde 10 de março de 2020 (R$ 4,6457).
Na sexta-feira (1º), a moeda americana caiu 1,99%, a R$ 4,6660, a menor cotação desde os R$ 4,6470 de 10 de março de 2020, véspera da data em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a pandemia de Covid-19.
A divisa também encerrou o primeiro trimestre de 2022 com um tombo de quase 15%, o maior recuo trimestral desde junho de 2009.
Também na sexta, a Bolsa de Valores brasileira subiu 1,31%, a 121.570 pontos. A alta levou o Ibovespa à maior pontuação em oito meses.
A alta da Bolsa e a queda do dólar são majoritariamente atribuídas ao crescimento do interesse de investidores estrangeiros pelo Brasil. Mas um erro da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, provocou questionamentos sobre o tamanho do apetite do exterior pelos ativos negociados no mercado de renda variável brasileiro.
Nesta sexta, a B3 anunciou uma revisão que derrubou em R$ 27 bilhões o saldo acumulado de capital estrangeiro entrante no mercado acionário do país em 2022. Com isso, o acumulado deste ano caiu de R$ 91 bilhões para R$ 64 bilhões, aproximadamente. O erro gerou uma série de reações nas redes sociais.
A maior parte das publicações critica a falha da B3 em relação à transparência dos números, apontando a falta de confiança nas próximas divulgações da empresa, bem como a indução ao erro por parte de pequenos investidores.
Nos Estados Unidos, os índices futuros estavam levemente negativos diante das expectativas de elevações das taxas de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) conforme riscos globais e a inflação persistem.
O presidente do JP Morgan, Jamie Dimon, disse em carta anual a investidores nesta segunda que a economia dos EUA está enfrentando riscos sem precedentes que o preparam para reviravoltas dramáticas.
Apesar de oferecer uma visão otimista sobre a saúde da economia americana, Dimon alertou que a guerra na Ucrânia pode colidir com o aumento da inflação e retardar a recuperação econômica da pandemia, além de alterar as alianças globais nas próximas décadas.
“Embora seja possível e esperançoso que todos esses eventos tenham resoluções pacíficas, devemos nos preparar para os possíveis resultados negativos”, disse.
A pressão para que a Rússia seja punida por crimes de guerra ganhou escala neste fim de semana com a descoberta de mais de 400 cadáveres de civis espalhados pelas ruas e em covas nas cidades da região de Kiev.
O maior massacre ocorreu em Butcha, a cerca de 30 km da capital, onde a prefeitura diz ter encontrado os corpos de 280 pessoas.
A União Europeia avalia novas sanções contra a Rússia, que é uma das principais exportadoras globais de petróleo e gás natural.
Na manhã desta segunda, o barril do petróleo Brent subia 0,60%, a US$ 105,02 (R$ 493,36).
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