Uma onça-pintada atacou um jacaré no Pantanal mato-grossense, em Porto Jofre, no Parque Estadual Encontro das Águas, mas não teve tanta sorte. O jacaré conseguiu escapar do ataque ao fazer um movimento rotativo e mergulhar para longe do felino.
A cena foi gravada pelo veterinário Jorge Salomão durante visita ao Pantanal no ano passado. O vídeo começou a repercutir nas redes sociais (veja acima).
Ele estava conhecendo o ecossistema e monitorando as onças, quando foi surpreendido pelo ataque da onça ao jacaré.
A bióloga Lorena Castilho explicou que as onças são habilidosas na água, apesar de serem felinos.
“Provavelmente a onça mergulhou para pegar o jacaré. Elas são exímias nadadoras, mesmo sendo felinos. Esse movimento rotativo é um mecanismo de defesa do jacaré para se livrar da onça porque a mobilidade dele é mais limitada. Ao que parece, ele consegue se livrar dela. A onça mobiliza ele pelo pescoço. Pode ser uma onça jovem, que ainda não está tão preparada ou só não era tão forte quanto o jacaré nesse caso”, disse.
O ataque natural faz parte da manutenção da cadeia alimentar, segundo ela.
“A população de jacarés aumenta bastante no Pantanal e há poucos os predadores dessa espécie, e a onça é uma delas. É um ataque natural de um predador para a presa, o que mantém a cadeia alimentar”, afirmou.
A bióloga também disse que cenas como essa são boas até mesmo para o turismo, porque impressiona os turistas. “O ecoturismo também acaba se beneficiando com cenas como essa, porque quem está lá tem a sorte de ver esse comportamento de caça”, explicou.
Maior concentração das onças
O Parque Estadual Encontro das Águas é considerado o maior refúgio de onças-pintadas do mundo. Turistas do país e do exterior procuram o parque para fazer a observação dos felinos durante passeios de barco.
O parque fica no encontro dos rios Cuiabá e Piquiri, na região de Porto Jofre, entre Poconé e Barão de Melgaço, municípios a 104 e 121 km de Cuiabá. A reserva tem 108 mil hectares onde é possível ver a exuberância do Pantanal bem de perto.
O melhor período para observar a onça é entre julho e final de setembro, período da seca. Nesses meses as onças ficam mais próximas das margens dos rios em busca de água e caça, então, é mais fácil de deparar com o animal.
Em 2020, o Parque foi um dos mais atingidos pelas queimadas, com 85% da área afetada. Desde então, a recuperação dos animais e do bioma acontece de forma gradativa. (VEJA VÍDEO)
G1
Deixe o Seu Comentário