(FOLHAPRESS) – Empresas como Uber, 99 e iFood, representadas pela Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), vão a Brasília nesta semana para defender aos parlamentares a versão das empresas para a inclusão dos entregadores e motoristas na Previdência Social.
A iniciativa, porém, repercutiu com ceticismo e críticas entre os trabalhadores no momento em que a categoria tenta reativar movimentos como o Breque dos Apps de 2020.
O tema está na mira da campanha eleitoral deste ano. O ex-presidente Lula já disse que a inclusão previdenciária da categoria estaria entre suas prioridades dentro da revisão da reforma trabalhista, defendida pelo PT. A regulamentação também é discutida no governo de Jair Bolsonaro.
A Amobitec defende a definição de uma legislação que inclua o recolhimento de contribuição previdenciária tanto por entregadores quanto pelas empresas.
Representantes de motoristas reclamam de falta de diálogo.
“A Amobitec teria, no mínimo, que convocar associações que representam os motoristas, porque são os maiores interessados no projeto”, diz Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo).
Para ele, as plataformas têm de assumir grande parte ou o valor integral da previdência. “O motorista tem um MEI, com valor de R$ 60 por mês, tem o direito dele garantido pela Previdência. O que a gente não quer é que o motorista seja onerado, tenha uma despesa maior do que a que já existe”, diz Souza.
O SindimotoSP, que reúne motoboys, também critica o evento organizado pela Amobitec. Para a entidade, os debates não resolvem a atual condição dos trabalhadores.
“É preciso reajuste anual, controle de risco e de jornada semanal, redução do impacto do preço do combustível, verdadeiro diálogo com os trabalhadores e, principalmente, com o sindicato representante da categoria. Precisamos de valorização, respeito e reconhecimento das reivindicações e anseios urgentes dos entregadores”, escreveu a entidade em nota.
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