SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Condenado por um tribunal britânico a dois anos e meio de prisão por crimes financeiros, o alemão Boris Becker foi mandado para a prisão de Wandsworth, em Londres, classificada pela mídia local, uma das piores da Inglaterra.
Aos 54 anos, Becker, que ganhou seis torneios e ouro na Olimpíada de Barcelona-92, foi considerado culpado de quatro crimes financeiros, entre eles esconder bens para evitar o pagamento de dívidas.
Segundo o jornal Daily Mail, a prisão de Wandsworth fica em um edifício da era vitoriana, é superlotada e infestada de ratos. Relatório de inspeção aponta que o local abriga 1.300 presos, que passam mais de 22 horas por dia em suas celas.
O documento afirma que a violência é um problema no local, com quase um ataque por dia entre os presos, entre 2020 e 2021. “Os funcionários da prisão usaram a força 1.295 vezes durante o mesmo período, ou seja, quase quatro vezes por dia”, descreve o Daily Mail, com base no relatório de inspeção.
Em 2020, o cineasta Chris Atkins, que cumpriu pena de cinco anos em Wandsworth por fraude fiscal, descreveu em livro o local como “uma das prisões mais infames do país”.
Ele escreveu que o que mais o impressionou na sua chegada, em 2016 foi o barulho. “Gritos, grunhidos, latidos, ameaças, risos, choro, discussões, brigas. É como se alguém tocasse todos os efeitos sonoros de uma vez só. A ala da recepção parece que foi reformada pela última vez em 1895, quando [o escritor] Oscar Wilde esteve aqui preso por homossexualidade”.
“Wandsworth é uma prisão muito violenta, mas se você mantiver a cabeça baixa e não se envolver em drogas, dívidas e toda a política das alas, não é tão perigoso. Apenas fique fora do caminho. Eu diria apenas levante a cabeça e não vai ser tão ruim quanto você pensa que vai se”, continuou Atkins.
O cineasta acrescentou que a maioria dos detentos parece ter doenças mentais graves ou serem viciados em drogas ou ambos.
“O que eles fazem o dia todo? Fumam e assistem TV. Para a maioria, o dia começa às 7h45. Aqueles que estão empregados vão trabalhar, muitas vezes como ajudantes de cozinha e faxineiros. Quanto ao resto, a maior parte do dia é gasto ‘batendo’ em suas celas.
Ainda de acordo com o jornal, Becker passa os primeiros 15 dias em uma ala de categoria B, que está superlotada, e depois deve ser transferido para uma ala de segurança mais baixa.
Becker inicialmente ficará em um quarto individual, mas deve ser transferido para uma cela compartilhada em breve, diz o jornal. O espaço, com piso e paredes de concreto, tem 1,8 por 3,6 metros e assento sanitário sem porta ou cortina. As celas ainda têm beliches com colchões cobertos por plástico azul.
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