Até mesmo Neuza Inês Back foi pega de surpresa ao descobrir que iria representar o Brasil na Copa do Mundo do Catar, que será disputada entre novembro e dezembro deste ano. A árbitra assistente catarinense foi escolhida como uma das seis mulheres que vão atuar na arbitragem no Mundial masculino.
O anúncio foi feito na manhã de quinta-feira, mas ela só soube horas depois, após ser informada pelas amigas. “Eu soube pela imprensa. Na verdade, quando as minhas amigas que estão aqui comigo no jogo me falaram: ‘Nossa, você vai pra Copa do Mundo!’ E eu falei: ‘Hã?’. Eu não tinha nem visto aí comecei ver as reportagens e as notícias e eu fiquei assim: ‘Calma, eu preciso sentar'”, disse a bandeirinha, em entrevista ao canal SporTV.
Neuza já estava no Recife quando recebeu a notícia, a poucas horas de ser uma das assistentes do jogo entre Náutico e CSA, pela Série B do Campeonato Brasileiro. “Eu fiz uma chamada de vídeo no grupo da família, só que a galera estava toda trabalhando e não me atenderam. Aí mandei no grupo da família. Eu coloquei a foto e falei assim: ‘Vê se vocês acham algum nome conhecido aí. Aí o pessoal identificou e disse: ‘Nossa, que legal!'”
A vaga surpreendeu porque foi a primeira vez na história que a Fifa escolheu mulheres para apitar uma Copa do Mundo masculina. Serão seis: três árbitras e três assistentes. Neuza vai representar o Brasil.
“É muito legal, indescritível, é um momento, assim, de alegria, de gratidão e um pouco também de senso de responsabilidade, por eu ser a única mulher eu sei que preciso ir lá e representar todas nós muito bem”, afirmou a bandeirinha de 37 anos.
A escolha de Neuza não foi por acaso. Considerada uma das melhores assistentes do Brasil, ela já atuou em mais de 100 jogos do Brasileirão, Copa Libertadores e Copa do Brasil. Entre as partidas mais importantes em que esteve se destaca o primeiro jogo da final do Paulistão de 2020, entre Corinthians e Palmeiras.
O destaque em nível nacional a levou para competições internacionais. Neuza esteve na Olimpíada de Tóquio, no Mundial de Clubes da Fifa de 2020 e no Mundial feminino, em 2019.
Neuza nasceu na pequena cidade de Saudades, em Santa Catarina, mas está filiada à Federação Paulista de Futebol (FPF) porque se transferiu para Jundiaí nos últimos anos para ganhar mais oportunidades em âmbito nacional. A estratégia deu certo.
“É o sonho de todo árbitro estar em uma Copa do Mundo e responsabilidade porque precisamos ir lá prestar um bom trabalho para o futebol, representar bem as mulheres. É muito legal saber que a gente conseguiu levar a arbitragem feminina para esse patamar, a ponto da Comissão de Arbitragem da Fifa confiar em levar as mulheres para trabalhar nesse grande evento”, comemora.
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