(FOLHAPRESS) – O número de mortos pelas chuvas em Pernambuco chegou a 91, de acordo com balanço divulgado na manhã desta segunda-feira (30) pela Secretaria de Defesa Social do estado. Ao todo, são 26 desaparecidos no estado. Devido à tragédia, a Prefeitura do Recife anunciou o cancelamento das festividades juninas.
O número de desabrigados subiu para cerca de 5.000. Diversas campanhas de doação foram abertas para ajudar famílias atingidas.
Além dessas mortes confirmadas, ao menos dois corpos foram encontrados pelas equipes de resgate na tarde desta segunda e ainda não entraram no balanço oficial -assim, o total de vítimas pode subir para 93.
As buscas na região metropolitana da capital foram retomadas na manhã dessa desta segunda. Defesa Civil, Exército e órgãos municipais atuam em sete pontos de deslizamento. São eles: Zumbi do Pacheco e Curado IV (Jaboatão dos Guararapes); Areeiro (Camaragibe); Monte Verde/Ibura, Barro e Guabiraba (Recife) e Paratibe (Paulista). Cerca de 300 profissionais participam das buscas.
O governo estadual decretou situação de emergência em Pernambuco. Nesta segunda, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobrevoou áreas atingidas acompanhado de ministros e disse que não ter sido procurado pelo governo do estado para tratar dos estragos causados pelas chuvas.
Nesta segunda, o prefeito João Campos (PSB) anunciou, ao visitar a creche Miguel Arraes, onde a prefeitura está recebendo donativos para ajudar as famílias, que decidiu suspender as comemorações juninas no Recife, como as festas de São João e São Pedro.
“Com isso, nós vamos incrementar em R$ 15 milhões as ações direcionadas para as famílias atingidas”, disse o prefeito.
Há 3.500 moradores em abrigos da prefeitura na capital nesta segunda, de acordo com Campos.
No Recife, as aulas presenciais para os mais de 95 mil estudantes foram suspensas nesta segunda-feira.
Segundo a gestão municipal, estudantes terão acesso a aulas remotas por meio da plataforma Educa Recife. Dos 41 abrigos ofertados pela prefeitura, 25 são escolas, creches e centros sociais.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve no Recife nesta segunda-feira para “melhor se inteirar” da tragédia. Segundo ele, o governo federal disponibilizou desde o início todos os meios para socorrer as famílias atingidas.
No sábado, o governador Paulo Câmara (PSB) nomeou 92 concursados do Corpo de Bombeiros para começarem atuação neste domingo a fim de acelerar as buscas.
Bombeiros enviados pelo Governo da Paraíba e profissionais especializados no atendimento a casos de deslizamentos de Minas Gerais também reforçam as forças operacionais. Uma equipe da Defesa Civil do Rio de Janeiro está no Recife para reforçar o atendimento.
De acordo com informações da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), apesar da redução no volume, as chuvas devem continuar, com intensidade moderada, até a próxima sexta-feira (03), na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata.
Os maiores acumulados nas últimas 24 horas foram registrados nos municípios de Olinda (60 mm), Paulista (57 mm), Itapissuma (53 mm) e Recife (52 mm). A Defesa Civil reforçou, esta manhã, o alerta sobre o alto risco de deslizamentos, uma vez que o solo está bastante encharcado.
A situação dos rios, porém, permanece estável. O nível de acúmulo nos pontos monitorados, sobre os quais foram emitidos avisos de alerta ou inundação, já desceram ou estabilizaram, não havendo mais necessidade de aviso hidrológico.
Até o momento, segundo o governo, não há risco que motive a abertura de comportas nas barragens nas imediações do Rio Capibaribe. Caso haja necessidade, a Defesa Civil informou que avisará a população com antecedência.
Só entre as 23h de sexta e as 11h deste sábado foram registradas chuvas que chegaram a 236 milímetros em alguns pontos da capital pernambucana, de acordo com a Defesa Civil.
Isso equivale a mais de 70% do previsto para todo o mês de maio na cidade, que é de 328,9 milímetros.
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