O Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi nomeado Laboratório de Referência do Ministério da Saúde (MS) para análise de amostras suspeitas de varíola dos macacos (monkeypox). A unidade analisará o material coletado no estado do Rio de Janeiro e em toda a Região Nordeste.
A nomeação aumenta a rede de referência em diagnóstico laboratorial da doença no país. Já faziam parte da rede a Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais; o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo; e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, por meio dos Laboratórios de Biologia Molecular de Vírus e de Virologia Molecular.
O chefe do Laboratório de Enterovírus do IOC, Edson Elias, destacou que, com a rápida proliferação do vírus no mundo, a experiência da Fiocruz vai contribuir para uma precisa resposta brasileira ao surto. Na semana passada, o laboratório da Fiocruz ministrou treinamento sobre como realizar exames de detecção da doença para profissionais de saúde da Bolívia, do Equador, da Colômbia, do Peru, Paraguai, Uruguai e da Venezuela.
De acordo com o Ministério da Saúde, é considerado caso suspeito ou provável o do indivíduo de qualquer idade que, a partir de 15 de março de 2022, tenha apresentado início súbito de febre, aumento dos gânglios e erupção cutânea. Também é preciso ficar atento à exposição próxima e prolongada sem proteção respiratória, contato físico direto, incluindo contato sexual, ou contato com material contaminado, como peças de vestuário ou roupas de cama, com algum caso provável ou confirmado de monkeypox.
Também se deve observar o histórico de viagem a países endêmicos ou com casos confirmados da doença, que circula de forma endêmica na África Central e na África Ocidental. Neste ano, foram registrados casos também na Europa e nas Américas. Até esta terça-feiira (14), foram confirmados mais de 1.700 casos em 36 países, como Reino Unido (470), Espanha (275), Portugal (231) e Alemanha (229). Na região das Américas, foram diagnosticados casos no Canadá (123), Estados Unidos (65), Argentina (3), México (2) e Venezuela (1). No Brasil, já são quatro casos positivos.
Apesar do nome, a doença não tem origem em vírus de macacos. Os primatas apenas podem adoecer, assim como os seres humanos. Atualmente, não se sabe que animal mantém o vírus na natureza, mas acredita-se que roedores tenham papel na disseminação da doença na África.
A transmissão do vírus de animais para pessoas pode se dar por meio de mordida ou arranhadura, pelo manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Entre pessoas, a transmissão ocorre principalmente por meio do contato direto, como beijo ou abraço, ou por feridas infecciosas, crostas ou fluidos corporais, além de secreções respiratórias durante contato pessoal prolongado.
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