As forças russas bombardearam o centro da cidade ucraniana de Kharkiv, na segunda-feira (27), provocando a morte de, pelo menos, cinco pessoas. Outras 22 teriam ficado feridas, naquele que foi um ataque que atingiu complexos de apartamentos e uma escola de ensino fundamental.
Entre os feridos estão cinco crianças, segundo revelou o governador da região, Oleh Synehubov, na rede social Telegram.
“Todos são civis de Kharkiv, que andavam nas ruas, nos parques de diversão… Sinceras condolências às famílias”, lamentou o responsável.
Synehubov informou ainda que os médicos locais “trabalham de forma intensiva e prestam toda a assistência necessária”.
O residente Maksim Antonenko revelou ter prestado auxílio aos feridos, após três explosões.
“Estava um homem deitado e ferido. Ajudei-o a colocar uma faixa na perna e nós dois paramos a hemorragia que ele tinha. Também estava ferido na mão”, contou à agência Reuters, acrescentando que a ambulância estava tratando de uma criança ferida, com 12 anos.
Maryna Svet, por sua vez, viu o sogro morrer, minutos depois daquilo que descreveu como explosões ensurdecedoras.
“Ele era uma pessoa tão boa, tão bondosa. Estava sempre cantando”, recordou.
“Quando saí alguém me disse que alguma coisa tinha acontecido ao meu sogro. Aproximei-me, ele estava deitado, ainda vivo. Em literalmente 10 minutos, ficou ofegante, e foi isso”, finalizou.
Lançada em 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
A invasão russa – justificada pelo presidente russo pela necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.
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