(UOL/FOLHAPRESS) – Strider Wasilewski é uma das celebridades da WSL (Liga Mundial de Surfe) que viajou a Saquarema para a etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe. Ele pega onda, mas não é surfista profissional. O trabalho dele é comentar as performances dos atletas e entrevistá-los sentado em uma prancha dentro d’água.
Parece o emprego dos sonhos, e é mesmo, segundo o próprio Strider, mesmo que a função exija lidar com tubarões.
Strider nasceu na Califórnia (Estados Unidos) no início dos anos 1970 e começou a surfar aos cinco anos.
A infância foi difícil em meio a drogas, agressões e brigas de gangue. Na adolescência, ganhou campeonatos importantes e conseguiu patrocínio de grandes marcas. Além disso, trabalhou como modelo.
Strider estava em um momento profissional delicado em 2014 e buscou uma vaga para trabalhar na WSL quando a entidade passava por extensa reformulação que incluiu própria mudança de nome -antes, era chamada de ASP (Associação dos Profissionais de Surfe). Ele ganhou uma chance, passou a entrevistar os atletas na água e faz sucesso até hoje entre os amantes da modalidade. Ao longo dos últimos anos, até já fez comentários dentro de um tubo em Fiji e no Taiti.
A reportagem conversou com Strider e perguntou se ele acha o seu um dos melhores empregos do mundo.
“Acho que eu tenho o melhor emprego do mundo. Quando você faz algo que é engraçado e curte o que está fazendo, não é um trabalho, é um estilo de vida. Fazer algo que você ama e ter isso como trabalho não é um trabalho, é até difícil de chamar de emprego. Se torna parte da sua vida, que é como você deve viver”, disse na praia de Itaúna, onde está sendo realizada a etapa brasileira do Circuito.
Mas Strider reconhece os perigos de sua função. “Tem sempre uma questão na água, tudo pode acontecer. Você tem motos aquáticas, tubarões, grandes ondas, mas eu cresci como surfista e estou confortável com a maioria das situações. Eu não ligo para essas coisas, vejo apenas a diversão e a oportunidade de estar muito perto da ação e curtir o que acontece”.
Os encontros com tubarões foram dois, mas nada para se preocupar. “Eu estava em J-Bay, na África do Sul, e um tubarão veio até a a área de competição, mas a organização viu o tubarão e colocou o campeonato em espera. Mesmo no WSL Finals [de 2021], em Trestles, tinham tubarões. Mas os tubarões não estão procurando surfistas, estão atrás de peixes. E nós estamos na casa deles. É para nós tomarmos cuidado, não eles”, afirmou.
Apesar de ficar sentado na prancha na maioria das etapas do Circuito, Strider trabalha da areia no Brasil pela dificuldade de se posicionar no mar em Saquarema.
“No Brasil, é difícil. Em um beach break (ondas que quebram sobre um banco de areia), é difícil ter eu e o cinegrafista na água. Não tem um canal definido. No canal é um bom lugar para assistir ao campeonato. Quando tem fundo de pedra ou bancada de coral, com o canal, eu posso ficar lá, ver toda a onda e comentar. Aqui [em Saquarema], o melhor lugar para ver é da praia, por isso que meu trabalho é na areia”, explicou.
Na etapa deste ano, não foram poucos os torcedores que gritaram seu nome e pediram foto em Itaúna. É a energia da torcida brasileira que faz Strider ter a etapa daqui como um de suas favoritas do tour, mesmo ficando fora d’água. E ele nem pensa em parar.
“Enquanto eu estiver curtindo este trabalho e as pessoas que assistem gostarem, eu vou continuar”, finalizou.
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