(FOLHAPRESS) – O vice-presidente Hamilton Mourão criticou o ex-presidente da Caixa Econômica Pedro Guimarães por acusações de assédio sexual de funcionárias. Mourão disse que as pessoas precisam saber quais são os limites, principalmente os chefes.
“O trabalho do Pedro foi muito bom, a Caixa avançou muito nesses anos. Mas lamentavelmente nessa parte moral ele falhou e falhou feio”, disse a jornalistas nesta sexta-feira (1).
Guimarães pediu demissão nesta quarta-feira (29), após ser acusado de assédio sexual por funcionárias. A saída dele do governo foi confirmada em uma carta aberta publicada em suas redes sociais.
No lugar de Guimarães, entra Daniella Marques, braço direito de Paulo Guedes (Economia) e atual secretária de Produtividade e Competitividade da pasta. A troca foi oficializada no Diário Oficial da União no início da noite desta quarta.
O agora ex-presidente da Caixa chegou ainda a participar de um evento do banco pela manhã sobre o Plano Safra. Sua presença desagradou a integrantes do governo, que buscavam reduzir o desgaste com as acusações. A Caixa não se manifestou sobre o caso.
Uma apuração sobre as denúncias tramita na Procuradoria da República no Distrito Federal. O caso foi revelado pelo site Metrópoles na terça (28). Na mesma noite, Guimarães foi ao Palácio da Alvorada, residência do presidente, ter uma conversa com Bolsonaro.
As denúncias dão conta de toques indesejados, convites inapropriados, entre outras coisas. À Folha, uma funcionária relatou ter sido puxada pelo pescoço e ter ficado em choque após o episódio.
Segundo ela, os assédios de Pedro Guimarães aconteciam diante de todos, dentro e fora da instituição.
O episódio é especialmente delicados para o governo, porque ocorre em meio à tentativa do chefe do Executivo de melhorar a imagem junto ao público feminino, fatia do eleitorado em que registra um dos piores índices de intenção de votos
Os integrantes do governo falam em assédio sexual e moral. Áudios registrados durante reuniões na Caixa Econômica Federal mostram Guimarães xingando funcionários e ameaçando demiti-los se não seguissem suas ordens.
As gravações, que poderiam ser consideradas assédio moral, foram reveladas nesta quinta-feira (30) pelo portal Metrópoles, um dia depois de Guimarães deixar a presidência da Caixa.
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