MARIANA ZYLBERKAN E PRISCILA CAMAZANO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma mulher de 46 anos morreu eletrocutada após encostar em um poste de iluminação pública próximo a um ponto de ônibus na tarde desta quinta-feira (3), na zona oeste de São Paulo.
Fernanda Guimarães estava na parada de ônibus do canteiro central da avenida Marquês de São Vicente, em frente ao Centro de Treinamento do São Paulo, na Barra Funda, por volta das 18h30. Segundo familiares, ela encostou em um poste de iluminação e sofreu a descarga elétrica.
De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares passavam pela via quando viram uma mulher agarrada ao gradil e um poste metálico de iluminação. Ao se aproximarem, já constataram que ela estava morta.
Fernanda voltava para casa para comemorar seu aniversário com a família, após ter passado a tarde com amigas que moram na região. Segundo o marido, Carlos Eduardo dos Santos, ela sempre costumava pegar ônibus na avenida. “Ela saiu e nunca mais voltou”, disse.
O casal mora com a família próximo ao pico do Jaraguá, na zona oeste, e vive de reciclagem. Além do marido, Fernanda deixou três filhos e cinco netos.
O caso está sendo investigado pelo 7º Distrito Policial, na Lapa. O poste foi isolado com fitas e grades.
A Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, por meio da Ilume (Coordenadoria da Rede de Iluminação Pública), informou que lamenta o ocorrido e esteve no local ainda na noite desta quinta, após o acidente.
“Ao chegar ao local, a equipe de vistoria responsável pela rede de iluminação pública municipal encontrou a área já isolada pelo Corpo de Bombeiros e a existência de dois postes próximos a uma parada de ônibus. Um dos postes pertence à rede de iluminação pública e o outro à concessionária Enel”, informa trecho da nota enviada à reportagem.
Segundo a secretaria, o poste de iluminação pública foi “submetido imediatamente, ainda durante a noite, à medição dos técnicos e foi constatado não haver situação de energização ou descarga elétrica no mesmo. Importante destacar que toda a fiação de iluminação pública no local é subterrânea.”
A Ilume ainda informou que acompanha as investigações, por meio do Consórcio Ilumina SP (responsável pela PPP da Iluminação) e coloca-se à disposição das autoridades e da família da vítima.
O poste do canteiro da avenida Marquês de São Vicente foi inspecionado, segundo a secretaria, no início do mês de fevereiro.
Em nota, a Enel afirmou que esteve no local do acidente e que “a rede de distribuição de energia da Enel no local está distante do poste onde ocorreu o acidente fatal”. “Os postes mostrados pela reportagem pertencem ao Município de São Paulo e são geridos pelo Consórcio Ilumina, responsável pela gestão da Iluminação Pública na cidade de São Paulo”, afirmou a empresa.
Em 2018, o estudante de ciências e tecnologias Lucas Antônio Lacerda da Silva, 22, caiu desmaiado após levar um choque ao encostar em um poste de sinalização de pedestres na esquina das ruas da Consolação e Matias Aires, na região central de São Paulo. A tragédia ocorreu durante a passagem do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta.
Ao lado de um amigo, Lucas estava a procura de um banheiro, quando se apoiou na estrutura metálica. Assim que caiu na calçada após a primeira descarga elétrica, encostou o pescoço no poste e foi eletrocutado.
No poste em que Lucas foi eletrocutado haviam sido instaladas duas câmeras de segurança da empresa GWA Systems, para monitorar a passagem do blocos.
Essas duas câmeras, porém, foram instaladas de forma irregular, segundo a prefeitura. De acordo com a gestão municipal, não havia autorização para colocá-las no poste da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) nem para ligá-las por meio de fios esticados até um poste de energia, este sob a responsabilidade do Ilume, departamento de iluminação pública da prefeitura.
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