SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo ofereceu a blocos de Carnaval a proposta de organizar desfiles nas ruas em 16 e 17 de julho. A ideia foi apresentada por meio da Secretaria Municipal de Cultura, em reunião com representantes de 11 coletivos.
O projeto, encabeçado pela secretária Aline Torres, ainda depende da adesão dos grupos. Às vésperas do feriado de Tiradentes, quando escolas de samba desfilarão no Anhembi com autorização, mas blocos não conseguiram aval da gestão municipal, o encontro entre prefeitura e organizadores foi convocado para tentar um acordo de última hora para os cortejos nos próximos dias.
Apesar da ideia de promover festa nas ruas em julho, apresentada sob o nome de “Esquenta de Carnaval”, parte dos blocos mantém o plano de sair no feriado prolongado.
Se aprovada a proposta, o fim de semana de 16 e 17 de julho funcionará na prática como um terceiro Carnaval para São Paulo em 2022, porém reduzido a dois dias -na festa tradicional, são ao menos quatro, isso sem contar o fim de semana anterior e o posterior à folia, quando os blocos também são autorizados a tomarem às ruas. Além disso, em julho a capital paulista já estará enfrentando o frio do inverno.
“Os representantes que estavam aqui ficaram de levar a proposta para seus blocos e a partir daí vamos constituir um comitê de Carnaval”, afirmou Torres. Uma consulta que deverá ser publicada na internet vai direcionar a prefeitura sobre o tamanho dessa folia fora de época.
No período tradicional de Carnaval, em fevereiro, a gestão municipal proibiu tanto os blocos quanto os desfiles das escolas de samba, mas alguns grupos se reuniram nas ruas. O “segundo Carnaval”, no Tiradentes, terá também desfiles de escolas de samba no Rio de Janeiro.
Na reunião, a secretaria pediu para que os blocos que pretendem desfilar entre esta quinta-feira (21) e domingo (24) ao menos informem às subprefeituras o local e o horário planejados, para que uma limpeza nas ruas seja feita no final das atividades.
Aline Torres afirma que a prefeitura está “no escuro” e não sabe quantos blocos irão para as ruas para organizar essas ações. A gestão teme caos com desfile sem banheiro nem estrutura de segurança.
“Precisamos minimamente nos organizar para ao menos fazer a limpeza e cuidar da zeladoria para não ter transtornos depois”, disse a secretária, que admitiu que não houve planejamento, inclusive por parte dos blocos, e que em um dia não seria feito.
A gestão Ricardo Nunes (MDB) vem afirmando nas últimas semanas que a prefeitura não tem condição de organizar o Carnaval de rua na capital neste feriado de Tiradentes.
Lira Alli, representante do Arrastão dos Blocos, afirmou que vai repassar o pedido para outros coletivos, mas não sabe se todos vão fornecer informações às subprefeituras, por medo de repreensão. “Cada bloco tem sua autonomia.”
Questionada, ela não quis dizer quando seu bloco irá para as ruas nem onde. Afirmou apenas que serão em dois dias.
Alli diz ter conhecimento de que aproximadamente 50 blocos, de todas as regiões da cidade, com até 500 pessoas, vão desfilar no feriado prolongado. A secretária de Cultura afirmou, entretanto, que na reunião foi dito que não haverá desfiles na região central, ao ser questionada se haverá fechamento de ruas ao trânsito.
Os blocos, segundo os coletivos, não terão carros de som ou trios elétricos. E a recomendação é que não se venda bebidas em garrafas de vidro.
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