(FOLHAPRESS) – As autoridades de saúde de São Paulo e do Rio de Janeiro confirmaram novos casos de varíola dos macacos, que chegam a cinco no país. Outras oito suspeitas estão em investigação, segundo o Ministério da Saúde.
Em São Paulo, a terceira ocorrência da doença no estado foi divulgada nesta quarta (15). O paciente é um homem de 31 anos da capital paulista. Ele está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e apresenta bom quadro clínico e o caso foi confirmado por meio de análise do Instituto Adolfo Lutz, segundo informado pela Secretaria da Saúde do estado.
O estado de São Paulo já havia confirmado outros dois casos.
Um dos pacientes é da capital e outro da cidade de Vinhedo (a 85 km de SP). Assim como os outros diagnósticos, o novo caso confirmado em São Paulo é considerado importado, em razão de viagem que o paciente fez para países da Europa.
No Rio, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou o primeiro caso da doença na cidade na terça (14). É um homem de 38 anos, morador de Londres, que chegou ao Brasil em 11 de junho e procurou atendimento no Instituto Evandro Chagas no dia seguinte da sua chegada. As amostras foram analisadas pelo Instituto Carlos Chagas Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Segundo a pasta, o paciente está com sintomas leves, em isolamento domiciliar e sob o monitoramento da Superintendência de Vigilância em Saúde. “Todos os seus cinco contactantes estão em investigação para orientações e monitoramento. A SVS-Rio mantém vigilância ativa para detecção oportuna de casos da doença no Município do Rio de Janeiro”, diz a secretaria em nota.
No domingo (12), o Ministério da Saúde confirmou outro caso de um homem de 51 anos que mora em Porto Alegre.
Nesta quinta, o ministério descartou a suspeita de morte por varíola dos macacos em Minas Gerais, a primeira em investigação no país.
A possibilidade foi descartada pela Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Minas Gerais -um dos quatro laboratórios que estão à frente dos casos suspeitos da doença, também conhecida pelo nome em inglês “monkeypox”. A fundação ainda investiga as causas da morte do paciente.
Segundo o Ministério da Saúde, o homem de 41 anos não teve contato com casos suspeitos ou confirmados da doença nem viajou recentemente. Ele morava em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
No mundo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) contabiliza mais de 1.000 casos confirmados em 29 países. Nenhuma morte foi registrada.
A varíola dos macacos é causada pelo monkeypox, um vírus do gênero Orthopoxvirus. Outro patógeno que também é desse gênero é o que acarreta a varíola, doença erradicada em 1980.
Embora tenham suas semelhanças, existem diferenças entre as duas doenças. Uma delas é a letalidade: a varíola matava cerca de 30% dos infectados. Já a varíola dos macacos conta com uma taxa de mortalidade entre 3% a 6%, segundo a OMS.
Os sintomas mais comuns aparecem dentro de 6 a 13 dias após a exposição, mas podem levar até três semanas. As pessoas que adoecem geralmente apresentam febre, dor de cabeça, dor nas costas e nos músculos, inchaço dos gânglios linfáticos e exaustão geral.
Cerca de um a três dias após a febre, a maioria das pessoas também desenvolve uma erupção cutânea dolorosa característica desse gênero de vírus. A erupção pode começar no rosto, nas mãos, nos pés, no interior da boca ou nos órgãos genitais do paciente e progredir para o resto do corpo.
A doença já era conhecida, mas vinha sendo registrada principalmente em países africanos. O que deixou a comunidade científica em alerta foi a disseminação rápida do vírus para outros países fora da África.
Para barrar a disseminação, recomenda-se o isolamento de casos confirmados da doença e aplicação da vacina contra a varíola nos contatos que o paciente teve. O problema é que esse imunizante não se encontra disponível para o público em geral. Em 2019, outra vacina foi desenvolvida e demonstrou eficácia na prevenção da varíola dos macacos, mas tem produção em pequena escala.
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