Apesar da ansiedade da população em ver o desfecho do modal que substituirá o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), o secretário de Infraestrutura e Logística (Sinfra), Marcelo Oliveira, esclarece que o início das obras do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) tem um longo cronograma para seguir, antes que a população possa ver “máquinas trabalhando” nas avenidas de Cuiabá e Várzea Grande.
A entrevista foi concedida antes da determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspender qualqur procedimentos relacionados ao BRT.
De acordo com o gestor, a licitação já foi homologada e agora está sendo preparado o contrato que será assinado pelo Poder Executivo e o Consórcio Construtor BRT, formado pelas empresas Nova Engevix Engenharia e Projetos, Heleno & Fonseca Construtécnica e Cittamobi Desenvolvimento em Tecnologia.
“A licitação foi homologada e agora vai sair o contrato. Depois disso as garantias de seguro, fiança, execução de obra e cumprimento de cronograma. Depois, imediatamente será dada a ordem de serviço”, explicou.
O consórcio vencedor da licitação cobrou quase R$ 468.031.500, para executar a obra. Dentre as intervenções propostas no edital, estão às construções de 46 estações, de um terminal na região do Coxipó e outro no CPA, e a reconstrução do Terminal André Maggi, em Várzea Grande.
Também será construído ainda um viaduto para passagem do BRT na rotatória das avenidas Fernando Corrêa da Costa e Beira Rio, uma nova ponte sobre o rio Coxipó, a criação de um parque linear na avenida do CPA, a requalificação do Largo do Rosário e demais adequações no trânsito.
De acordo com o secretário, só após a elaboração, revisão e aprovação dos projetos executivos que as obras devem iniciar na baixada cuiabana. “Como é um RDCI não é agente dar a ordem de serviço que no outro dia já vai ter máquina na rua trabalhando. A empresa vai ter um prazo para maturar os projetos executivos, passar por análise na Sinfra e aprovação. É uma obra que começou e não pode parar. Eles tem o projeto básico, todas as informações e eles vão detalhar o projeto. A pressa é, infelizmente, inimiga da perfeição”, acrescentou.
Ao final, o gestor também disse que espera que obra seja iniciada de forma paralela em Cuiabá e Várzea Grande. Isso porque, o prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB) não concorda com a troca de modais realizada por seu principal desafeto político, o governador Mauro Mendes (União).
“Eu espero que essa obra comece de todos os lados, porque é uma obra que não é nem de Cuiabá, nem de Várzea Grande. Ela é uma obra do povo da planície pantaneira. Se ele quiser ótimo, se não quiser fazer o que né. Não vou ficar chorando e nem ajoelhando” , finalizou.
Troca de modais
A decisão de troca do VLT pelo BRT foi tomada pelo Governo, em dezembro de 2020, a partir de decisão judicial que determinou a rescisão contratual com o consórcio, suspeito de corrupção e pagamento de propina para agentes públicos, conforme consta em delação premiada.
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