A Rota do Oeste já arrecadou R$ 2,9 bilhões com pedágios na BR-163 desde o início do funcionamento das praças, em setembro de 2015, até abril deste ano. Apenas em 2021, as nove praças da concessionária arrecadaram R$ 497 milhões.
Com manutenção falha e falta de duplicação, a BR -163, que passou a ser conhecida como rodovia da morte, teve a concessão entregue de forma amigável ao Dnit, mas a cobrança de pedágio continua e as tragédias também. Na terça-feira (17), o acidente entre um ônibus e uma carreta matou 11 pessoas.
Segundo a concessionária, todo o valor arrecadado foi revertido em obras de manutenção dos 850 km da rodovia. Além desse valor, a Rota também diz que investiu cerca de R$ 600 milhões desde o início da concessão, em março de 2014, até abril de 2022. O valor totaliza R$ 3,5 bilhões.
Quando o contrato entre o governo federal e a Rota do Oeste foi firmado, ficou estabelecido investimento de R$ 4,6 bilhões, sendo $ 2,3 bilhões somente para a duplicação da BR-163, o que ainda não ocorreu.
O trecho de 453 km, onde ocorreu o acidente, já devia ter sido duplicado, mas a obra está parada desde 2016. Foi feita duplicação em 120 km, restando 328 km para o término das obras.
A Rota do Oeste alega dificuldades financeiras para concluir a duplicação do trecho de trânsito intenso de carretas e veículos de passeio.
“A duplicação foi interrompida após a conclusão de 120 km no sul do estado, por diversos motivos alheios à vontade da Rota do Oeste. Entre eles citamos principalmente a não concessão do financiamento público conforme previsto, aumento jamais visto nos insumos derivados do petróleo (asfalto e combustíveis) e a queda na projeção de tráfego devido aos maus momentos econômicos do país, entre outros”, disse.
Devolução amigável
Em dezembro de 2021, depois de intervenção do Ministério de Infraestrutura, que chegou a propor um termo de ajustamento de conduta para a concessionária, a empresa decidiu fazer a devolução amigável da rodovia.
Segundo a Rota do Oeste, as incertezas de retorno financeiro em razão da implantação da ferrovia estadual, que teve contrato assinado em setembro passado, atrapalharam as negociações.
Durante o processo de devolução, a empresa garante que continuará prestando os serviços necessários para garantir a fluidez do tráfego, bem como apoio aos viajantes.
No último dia 6 de maio, o Ministério da Infraestrutura publicou portaria declarando a compatibilidade do requerimento de relicitação da concessão da Rodovia BR-163, no trecho que corta Mato Grosso em Sinop.
A portaria, assinada pelo ministro Marcelo Sampaio Cunha Filho, atendeu requerimento da Ordem dos Advogados do Brasil e é um passo importante no trâmite do processo de devolução amigável da rodovia, pela Concessionária Rota do Oeste.
RepórterMT
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