Depois que a empresa Correios recolheu as bicicletas de seis entregadores do Centro de Distribuição de Várzea Grande, sobrecarregando os demais funcionários que atendem de moto, os servidores decidiram que vão entrar em greve a partir dessa terça-feira (15).
Os entregadores que usavam as bicicletas estão impedidos de sair, fazendo apenas trabalhos administrativos na sede do CDD, que fica atrás do estacionamento do supermercado Big Lar. Agora, eles cruzam os braços por tempo indeterminado.
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios em Mato Grosso (Sintect-MT), a ausência dos carteiros na rua traz mais transtornos para os usuários dos serviços postais, que já enfrentavam problemas por falta de mão de obra.
O Sindicato justifica que a paralisação só foi decidida depois de os funcionários tentarem, por diversas vezes, um diálogo com os gestores e não conseguirem nenhum avanço.
“Várzea Grande contava diariamente com 25 carteiros nas ruas. Deste total, seis que faziam entregas de bicicletas estão impedidos de sair, há cerca de mês, e a principal consequência disso é que milhares de correspondências simples e de pequeno porte ficam sem serem entregues para a população”, justifica o Sindicato, por meio de nota.
Segundo eles, correspondências simples, como extrato do FGTS, senha do google, faturas, que são enviadas como carta-simples, estão todas estocadas e vencidas. “São milhares. Eles tratam como refugo, mas na verdade foram correspondências que foram pagas pela sociedade e que não estão sendo entregues”.
“Se já existia uma deficiência de trabalhadores para atender a demanda, prejudicando a empresa, imagina agora com estes carteiros retirados da rua para serviço interno”, observou o diretor jurídico do Sindicato, advogado Alexandre Aragão.
Segundo o Sintect-MT, também houve aumento indiscriminado do percurso para os carteiros que estão saindo à rua, de motocicleta.
Antes, eles saiam de moto e percorriam entre 35 a 40 quilômetros por dia agora estão percorrendo no mínimo 80 quilômetros por dia. Antes saiam com 90 encomendas agora saem com 240 e chega, na maioria dos casos, a 300 encomendas para um só carteiro entregar. “Isso é impraticável”, enfatiza Aragão.
RepórterMT
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