Há 4 meses trabalhando em bancas improvisadas, os lojistas do Shopping Popular de Cuiabá devem começar a migrar para o novo espaço temporário nesta terça-feira (29). A previsão é que a mudança seja concluída em dezembro, conforme informou o presidente da Associação dos Camelôs do Shopping Popular, Misael Galvão. Em entrevista ao GD, o empresário afirmou que a transferência dos comerciantes ocorre ao mesmo tempo em que as estruturas elétrica e de proteção contra o incêndio são finalizadas.
“Falta cada um dos associados executar o seu projeto arquitetônico das bancas. A empresa está colando as portas nos contêineres. Também estamos dando início a parte elétrica e a parte de bombeiro para finalizar. Mas, isso vai ser feito tudo em conjunto, a transição e execução das obras para evitar atraso. Assim, em dezembro já teremos um conforto e uma tranquilidade maior para atender nossos clientes”, afirma Galvão.
Na madrugada de 15 de julho, o prédio do shopping foi destruído em um incêndio de grandes proporções que afetou os 600 lojistas instalados no espaço. Até o momento, os comerciantes seguem atendendo ao público nas proximidades do antigo empreendimento.
A estrutura provisória do centro comercial tem cerca de 5000 m², onde estão instalados 200 contêineres. O novo espaço vai custar R$ 3 milhões, a serem pagos pelos associados e também com auxílio de empresas parceiras.
“Toda a estrutura que está sendo montada aqui é através de parceria, mas quem vai honrar os compromissos são os associados. Nós continuamos esperando e acreditando também que o poder público possa ajudar. Nós já encaminhamos vários ofícios para deputados, senador, buscando a viabilidade de emendas parlamentares para poder ajudar”, pontua o empresário.
A lojista Lediane da Silva Oliveira, 42, comercializa armações e acessórios para óculos. Ela já montou os móveis planejados no novo espaço provisório e espera que a estrutura montada possibilite mais movimento comercial, além de um suporte melhor aos lojistas, que seguem suas atividades na rua.
“A minha expectativa é que seja bem melhor, que a gente venda muito, atenda toda a sociedade cuiabana igual era antes. Do pessoal chegar, vir, os clientes, o lugar para atender, de todos os serviços que tinham também, voltando tudo para ficar melhor tanto para o cliente quanto para nós”, é a perspectiva da lojista.
Dona da Loja Leda, a comerciante trabalha no camelô desde os 16 anos e comenta sobre a ansiedade de se mudar para o local. “Eu acredito que a maioria do pessoal que está aqui está ansioso para ir para lá, já para trabalhar e ter um lugar melhor para atender. Então nossa expectativa é de pelo menos estar num lugarzinho melhor para atender logo e já estar com a nossa loja já pronta”, finaliza.
Reconstrução
O presidente da associação prevê as obras de reconstrução do prédio estejam adiantadas até abril de 2025. Ele espera o auxílio do governo federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de outras instituições governamentais para custear o projeto.
“Eu acredito que de abril em diante a gente já possa ter um novo visual. Um novo Shopping Popular já quase pronto ou pronto para ser entregue para Cuiabá, porque o Shopping Popular não é dos associados, o Shopping Popular é um patrimônio de Cuiabá”, planeja.
“As obras já tem projeto nosso em andamento. A gente confia muito no compromisso que tem. Eu deixo isso bem claro, no compromisso com o ministro Fávaro, que é representante do governo federal, que tem um compromisso conosco através do BNDES, através do Ministério da Economia, das pequenas empresas para que consolide essa linha de crédito, para que a gente possa ter um financiamento, para que a gente possa ter a garantia 100% da reconstrução do Shopping Popular”, finaliza.
O incêndio
Na madrugada dia 15 de julho, o Shopping Popular de Cuiabá foi destruído por um incêndio que começou às 2h30 e se alastrou rapidamente.
Em 8 de outubro, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), por meio da Gerência de Perícias em Meio Ambiente e Engenharia Legal, concluiu que o incêndio foi acidental. De acordo com o laudo divulgado, o fogo foi causado por um superaquecimento elétrico em um dos boxes do piso inferior do prédio.
Quanto à linha de crédito para os comerciantes afetados, no dia 23 de julho, o prefeito Emanuel Pinheiro anunciou uma linha de R$ 10 milhões, exclusivas para a retomada de vendas do comerciante do Shopping. Os 600 lojistas poderão receber até R$25 mil cada um, mediante análise de crédito. Até o momento, entretanto, mais informações não foram divulgadas.
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