Com a iminência de uma greve geral de servidores do Banco Central em protesto por reajuste salarial, a autarquia divulgou nesta terça-feira, 29, uma nota para esclarecer que “tem planos de contingência para manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR, Pix, Selic, entre outros”.
Conforme apurou o Estadão/Broadcast, os servidores do BC aprovaram em assembleia deflagrar greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril. Antes mesmo da greve, os servidores têm feito paralisações diárias de quatro horas, das 14h às 18h, desde 17 de março. O movimento já atrasou divulgações como a Pesquisa Focus, o resultado do Questionário Pré-Copom, o fluxo cambial, além da apuração diária da Ptax. A reportagem apurou também que outra consequência será a suspensão do lançamento de novos serviços do Pix.
Ontem, também por causa da operação-padrão dos servidores, o BC disse que não divulgará nesta semana as estatísticas econômico-financeiras de fevereiro, como estava previsto. A assessoria da autoridade monetária disse que as datas de publicação serão divulgadas “oportunamente”.
Na nota distribuída hoje, o BC diz ainda que “reconhece o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas” e “confia na histórica dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores e de seu compromisso com a Instituição e com a sociedade”. A categoria cobra do governo um reajuste salarial de 26,3% e a reestruturação das carreiras.
No domingo, o Estadão/Broadcast mostrou que a preocupação com o movimento fez com que o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, desistisse de participar de evento marcado para a segunda-feira no interior da Paraná. Campos Neto decidiu acompanhar de perto a mobilização dos servidores da autarquia.
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