SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar caía acentuadamente nos primeiros negócios desta terça-feira (17), conforme investidores repercutiam a possibilidade de alívio nas restrições de combate à Covid-19 na China, em dia de forte desvalorização da moeda norte-americana no exterior. Às 9h02 de Brasília, o dólar à vista recuava 0,95%, a R$ 5,0026.
Na B3, no mesmo horário, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,14%, a R$ 5,0255.
Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022.
Na sessão passada, o dólar comercial manteve a tendência de queda observada na sexta-feira (13) e voltou a registrar depreciação frente ao real, de 0,11%, a R$ 5,052 para venda.
Pesquisa da XP realizada junto a investidores institucionais divulgada nesta segunda indicou que a taxa de câmbio deve ficar em R$ 5,10 ao fim de 2022 e de 2023, frente à projeção de R$ 5,00 da sondagem de um mês atrás. A mais recente pesquisa Focus apontou o dólar em R$ 5,00 ao término de 2022 e em R$ 5,04 em 2023.
Já a Bolsa de Valores brasileira, assim como já ocorreu durante algumas sessões na semana passada, voltou a destoar dos pares globais e encerrou a sessão desta segunda-feira (16) em alta pela quarta vez consecutiva.
O índice amplo de ações Ibovespa registrou valorização de 1,22%, negociado aos 108.232 pontos, impulsionado por ações de exportadoras de commodities e bancos, os dois setores de maior relevância no mercado local. No ano, o índice passa a acumular ganhos de 3,25%.
As ações ordinárias da Petrobras marcaram valorização de 2,81%, enquanto as preferenciais avançaram 0,99%, com o preço do petróleo no mercado internacional em alta ao redor de 2,45%.
Novas críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) à política de preços da estatal não chegaram a influenciar para o desempenho das ações.
Os papéis da Vale também tiveram ganhos expressivos na sessão, de 2,99%, com aumento de cerca de 3,6% na cotação do minério de ferro.
Apesar de dados econômicos da China pesarem para o humor dos investidores em escala global nesta segunda, sinalizações do governo do gigante asiático de que as restrições de mobilidade podem começar a diminuir nas próximas semanas contribuem para o aumento nos preços das commodities.
No setor financeiro, os papéis do Itaú Unibanco avançaram 1,05%, e os do Bradesco subiram 1,67%. Já os do Banco do Brasil tiveram valorização de 0,88%, e os do Santander, de 2,57%.
Já as ações da companhia aérea Gol fecharam em alta de 0,69%, após o anúncio da mudança no comando da companhia. Após dez anos à frente do negócio, Paulo Kakinoff vai passar o bastão para Celso Ferrer, que assume em 1º de julho.
Aversão ao risco no exterior com dados fracos da economia chinesa Já nos mercados globais, a segunda foi marcada pela volatilidade, sem uma clara direção definida para as Bolsas dos Estados Unidos.
O S&P 500 registrou desvalorização de 0,39%, o Dow Jones ficou perto da estabilidade, em leve alta de 0,08%, e o Nasdaq, com maior concentração de ações de tecnologia, recuou 1,20%.
Pesou para o índice de tecnologia o novo tombo de 8,11% das ações do Twitter, em meio às negociações para a venda da rede social ao bilionário Elon Musk.
O presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, afirmou nesta segunda que as estimativas internas de contas de spam na plataforma de mídia social nos últimos quatro trimestres ficaram “bem abaixo de 5%”, respondendo às críticas de Musk sobre o gerenciamento de contas falsas pela empresa.
Musk, que na sexta-feira disse que seu acordo de US$ 44 bilhões para comprar o Twitter estava “temporariamente suspenso”, aguardando informações sobre contas de spam, respondeu à defesa de Agrawal da metodologia da empresa com um emoji de fezes.
Ainda no mercado global, pesaram para o humor dos investidores dados sobre a atividade varejista e a produção industrial na China, que tiveram forte queda nos últimos meses por conta das restrições de mobilidade com a nova onda de Covid-19 no país.
As vendas no varejo despencaram 11,1% em abril em relação ao ano anterior, a maior contração desde março de 2020, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas nesta segunda.
Já a produção das fábricas caiu 2,9% em relação ao ano anterior, contrariando expectativa de aumento e marcando o maior declínio desde fevereiro de 2020, já que as medidas contra o vírus afetaram as cadeias de abastecimento e paralisaram a distribuição.
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