(FOLHAPRESS) – Lojas Americanas retomam lucro após escândalo e papéis disparam nos pregões. Passados quase dois anos da descoberta da fraude contábil que colocou a Americanas em apuros, o balanço do terceiro trimestre trouxe algum alívio para os investidores.
Contextualizando
A companhia registrou no trimestre que acabou em setembro o primeiro crescimento de receita na comparação anual desde 2022.
O lucro líquido foi de R$ 10,3 bilhões, revertendo um prejuízo de R$ 1,6 bilhão no mesmo período de 2023.
O resultado
Foi uma valorização de 194% das ações ordinárias (AMER3).
Entre a divulgação dos resultados, há uma semana, e o pregão desta terça-feira (19), o preço dos papéis saltou de R$ 3,32 para R$ 9,10.
Reestruturação
A empresa ainda passa por um plano de recuperação judicial depois da divulgação de fraudes nos resultados no início de 2023.
Relembre
No início de 2023, dados mostraram que fraudes contábeis estavam em curso na Lojas Americanas. Elas resultaram em um rombo de R$ 25,2 bilhões.
A operação Disclosure, da Polícia Federal, investigou o ex-CEO da empresa, Miguel Gutierrez, e ex-executivos da companhia. Uma das fraudes identificadas foi no balanço trimestral de 2021.
Um arquivo interno mostrava os resultados antes dos impostos com um prejuízo de R$ 209 milhões. O balanço financeiro divulgado ao público trouxe um lucro de R$ 129,4 milhões.
Os três sócios que detiam as ações da empresa eram, até então, considerados uns dos melhores gestores de negócios do país: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
Operação resgate
Em dezembro de 2023, os credores da Americanas aprovaram um plano de recuperação judicial.
A empresa aumentaria o capital emitindo novas ações: R$ 12 bilhões para os principais acionistas e R$ 12 bilhões para os bancos -uma injeção de R$ 24 bilhões na companhia.
Os acordos diferem entre os credores das Americanas. De um lado, quem cobra prometeu reduzir os juros em até 80% (a depender da dívida), e a varejista prometeu pagar em entre 4 e 20 anos.
Americanas hoje
A companhia é menor, focada no varejo físico, vendendo produtos do dia a dia: doces, cosméticos, produtos de casa e brinquedos, entre outras utilidades.
O e-commerce sofre uma crise de desconfiança desde que a fraude foi deflagrada.
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