A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou a previsão para a oferta brasileira da commodity este ano em 11 mil barris por dia (bpd), a 3,76 milhões de bpd. O resultado representaria um crescimento de cerca de 160 mil bpd em relação a 2021, de acordo com relatório mensal divulgado nesta terça-feira.
O cartel explica a revisão negativa reflete a extensão de trabalhos de manutenção nos campos de Búzios e Tupi. Segundo a entidade, a Petrobas declarou que precisaria reduzir a produção no campo de Atapu, o que deve ter impacto nos próximos meses.
“O principal crescimento em 2022 será impulsionado pela continuação do aumento da produção do campo Sepia, que entrou em operação em agosto de 2021, juntamente com dois inícios, de Mero 1 e Peregrino Fase 2”, prevê.
PIB brasileiro
A Opep cortou a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro este ano, de 1,5% a 1,2%, em meio a incertezas decorrentes de fatores geopolíticos, das eleições presidenciais e da escalada da inflação. A estimativa consta em relatório mensal divulgado nesta terça-feira.
No documento, o cartel explica que a maior economia da América Latina terminou 2021 em “forte posição”, mas que o impulso da retomada se enfraqueceu.
Segundo a entidade, a política monetária altamente contracionista e condições de créditos apertadas podem desacelerar a demanda doméstica, “em um momento em que o apoio fiscal pode ser afrouxado marginalmente devido aos altos níveis de dívida pública”.
A Opep acrescenta que o quadro incerto das eleições de outubro, gargalos nas cadeias produtivas globais e possíveis novas ondas de coronavírus são variáveis que podem dificultar o cenário econômico em 2022. O “alto estresse fiscal” após as medidas contra a covid-19 também são fatores de risco.
PIB global
A Opep ainda reduziu sua projeção de alta do PIB global em 2022, de 4,2% para 3,9%, para refletir os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, segundo o relatório mensal publicado nesta terça-feira.
No caso dos EUA, a previsão de alta do PIB para este ano caiu de 4% para 3,8%.
Para a zona do euro, a projeção foi revisada de 3,9% a 3,5%.
Para a China, de 5,6% a 5,3%. E, para o Japão, de 2,2% a 1,9%.
Além do conflito no Leste Europeu, a Opep avalia que a alta da inflação, agravada por problemas nas cadeias de oferta, elevados níveis de endividamento em várias regiões e o esperado aperto de política monetária por bancos centrais dos EUA, Reino Unido, Japão e da zona do euro também precisam ser monitorados.
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