SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Tom Felton, o Draco Malfoy de “Harry Potter”, lançou uma autobiografia aos 35 anos. Em “Além da Magia: O Encanto e o Caos de Crescer Como um Bruxo”, da editora Buzz, o ator narra aventuras da infância, relembra o início de sua carreira e promete revelar os segredos dos bastidores dos filmes bruxos.
Quando “Harry Potter e a Pedra Filosofal” chegou aos cinemas, em 2001, Felton tinha 13 anos. Era o mais velho e um dos mais experientes entre os atores mirins. Ele até fez testes para outros personagens, mas seu jeito pomposo levou os diretores de elenco a enxergarem nele os trejeitos vilanescos de Malfoy.
Draco surge na história como um moleque desprezível e arrogante que zomba do protagonista e de seus amigos. As pessoas que leram “Harry Potter” conforme os livros eram lançados dificilmente simpatizavam com ele, mas hoje Draco coleciona fãs e virou queridinho no TikTok.
Felton ri ao ser questionado sobre a fama de bad boy que seu personagem tem nas redes sociais. “Fiquei muito surpreso ao descobrir a existência do ‘Dracotok'”, diz, mencionando o nome dado ao nicho de internautas obcecadas pelo seu personagem no TikTok.
Para se ter ideia da fama que o vilão tem na rede, a hashtag #Dracotok agrupa vídeos que acumulam mais de 29 bilhões de visualizações. Em comparação, #Pottertok, que leva o sobrenome do protagonista da franquia, tem 2,4 bilhões.
“Existe um desejo de tentar entender que Draco foi criado por um péssimo pai, não teve bons amigos nem muitas escolhas. Imagino que algumas pessoas gostem disso num personagem”, diz o ator.
Felton levou cerca de dois anos para escrever o livro, que é dividido em capítulos cronológicos, partindo da infância humilde que o ator teve na Inglaterra, passando por sua adolescência estrelada até a fase adulta, em que teve depressão, vício em álcool e passou por clínicas de reabilitação.
Felton é um dos poucos atores de “Harry Potter” que continua a se vincular com a franquia. No ano passado, ele entrevistou Maria Fernanda Cândido, que interpretou uma bruxa brasileira em “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”.
O derivado da franquia original foi lançado cercado de polêmicas ligadas a JK Rowling, a criadora de “Harry Potter”, que foi acusada de transfobia depois de publicar no Twitter comentários considerados preconceituosos.
Felton costuma dizer aos jornalistas que não está por dentro das polêmicas. Ele é evasivo ao ser questionado pela reportagem. “Não leio o que pessoas falam das outras nas redes sociais. Sou um homem de paz, amor e aceitação. Não tenho tempo para qualquer coisa que fuja disso.”
No livro, ele conta que que quase não via Rowling nas filmagens. Assim como os protagonistas -Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson-, era supervisionado pelos diretores e por funcionários contratados para cuidar minuciosamente de seus horários, já que precisava estudar entre uma cena e outra.
Felton fala também sobre seu relacionamento com Watson, que deu vida à inteligentíssima Hermione Granger. Apesar de serem antagonistas nos filmes, os dois viraram amigos na vida real e são próximos até hoje -não à toa, ela foi convidada para escrever o prefácio.
No livro, Felton afirma ainda que o estúdio ofereceu pouco preparo para os atores lidarem com o assédio dos fãs. “Houve tanto estardalhaço quando fui para o Rio de Janeiro num evento dos filmes. Os fãs estavam tão animados e era tão barulhento. Ninguém estaria pronto para lidar com isso. Leva um tempo.”
Felton, que participou de poucas produções de destaque depois de “Harry Potter”, agora quer trabalhar com música e talvez lançar um álbum.
Notícias ao Minuto Brasil – Fama
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