(FOLHAPRESS) – Luana Piovani, 48, relembrou o episódio de violência doméstica que sofreu em 2008 no Dia Internacional do Combate à Violência Contra a Mulher, nesta segunda-feira (25). A atriz se emocionou ao contar que foi vítima do machismo estrutural após ser agredida por Dado Dolabella. “O mundo é uma máquina de moer mulher. A maior dor que eu passei não foi ter sido agredida, foi o que a sociedade fez comigo depois”, explicou Piovani.
A atriz relatou que, na época, não era comum denunciar agressores. “As pessoas adoram atribuir personagens a gente, e, quando não aceitamos esses personagens, elas ficam com raiva. Nunca aceitei essa roupinha que a sociedade brasileira quis me vestir”, comentou Luana, que não citou nominalmente o ator: “Quando fui lá e denunciei a violência, as pessoas me espezinharam. A sociedade me espezinhou”.
Piovani lembrou ainda que não teve apoio: “Não tive suporte de absolutamente ninguém, exceto os meus pais, meus cinco amigos que souberam e o meu terapeuta”, explicou. “As pessoas diziam que eu tinha feito aquilo porque queria aparecer, queria chamar atenção. Eu estava fazendo um programa na Globo, e eles me tiraram da atração”, afirmou, em entrevista ao programa Sem Censura.
A atriz destacou que também enfrentou a falta de sororidade. “Milhares de mulheres diziam ‘vem bater em mim’ [para Dado], porque o cara era considerado bonito, sex symbol”, desabafou. “O que atrapalha muito a nossa luta são as mulheres machistas, que são quase um terço do planeta machista. Enquanto as mulheres forem machistas, elas dão forças aos homens machistas”, disse a Cissa Guimarães.
Dado Dolabella e Luana Piovani namoraram de 2006 a 2008, quando o ator foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por lesão corporal. Ele foi condenado pela Lei Maria da Penha em 2014 por agredir Piovani e a camareira Esmeralda de Souza, a dona Esmê. O ator cumpriu pena de dois anos e nove meses em regime aberto por danos morais.
Em fevereiro deste ano, Dado Dolabella comentou sobre a acusação de Piovani no podcast Papagaio Falante. Ele afirmou que o processo foi encerrado há oito anos: “Já mostrei que houve a minha absolvição, que o processo foi extinto, que acabou. Isso foi em 2016”, declarou.
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