Abel Ferreira assinou, enfim, sua renovação com o Palmeiras. O técnico português aceitou o que lhe foi proposto e seu vínculo, que venceria no fim deste ano, foi prorrogado até dezembro de 2024. O clube fará o anúncio posteriormente, somente depois da partida da semifinal deste sábado contra o Red Bull Bragantino.
Abel já havia acenado nos últimos dias que aceitaria a proposta do Palmeiras. No programa Roda Viva, da TV Cultura, ele falou sobre o assunto e condicionou a permanência no clube à vinda de sua família de Portugal para o Brasil.
No fim do ano passado, Leila Pereira assumiu a presidência e ofereceu ao técnico a ampliação de seu contrato. Naquela ocasião, dias antes da disputa do Mundial de Clubes de Abu Dabi, porém, Abel preferiu não conversar a respeito do assunto, mas aceitou uma valorização salarial.
A mandatária, aliás, vinha tentando convencer o técnico a renovar há meses, antes mesmo de assumir o cargo mais proeminente do clube. No ano passado, Leila se encontrou com a mulher de Abel, Ana Xavier, e conversou com ela a respeito da possibilidade de a família se mudar de Penafiel para São Paulo.
Abel está valorizado com o trabalho bem-sucedido no Palmeiras desde novembro de 2020 e já recebeu sondagens de times da Turquia, Emirados Árabes Unidos, Catar e Espanha, além do Benfica, de Portugal, sua terra natal, o último a procurar entender a situação do treinador palmeirense.
Abel ostenta quatro troféus em oito finais disputadas em um curto período: apenas um ano e quatro meses. Ganhou a Copa do Brasil de 2020, as duas últimas edições da Copa Libertadores e a Recopa Sul-Americana, título que o colocam entre os maiores treinadores da história do Palmeiras.
Por causa dos resultados expressivos, mas também da personalidade e conduta, conseguiu algo raro: tornar-se unanimidade entre os torcedores palmeirenses, que passaram a repetir seus gestos e mantras. “Cabeça fria, coração quente” virou o lema mais conhecido do treinador, famoso por colocar os dedos nas têmporas para pedir calma aos jogadores em momentos adversos.
O português já havia avisado que tinha uma “ligação muito forte” com o Palmeiras e afirmara que não sairia do clube para comandar uma equipe que não brigasse por títulos. Tinha dito que os primeiros comunicados sobre sua decisão seriam os jogadores. Na última quarta-feira, após a vitória sobre o Ituano, disse que os torcedores poderiam “dormir descansados” e que sua decisão já estava tomada.
“Não vou trocar o Palmeiras por um time de meio de tabela. Quero estar onde eu lute por títulos. E o Palmeiras me dá essas condições e outras mais, como desenvolver e potencializar jogadores”, disse, recentemente.
O inquieto, exigente e estudioso treinador de 43 anos já tem 110 jogos no comando do Palmeiras. São 62 vitórias, 27 derrotas e 21 empates. Nesse período, sob o seu comando, o time marcou 169 gols e sofreu 89. A equipe avançou invicta ao mata-mata do Paulistão, com a melhor campanha entre os 16 times, e decide neste sábado a vaga à final do torneio com o Red Bull Bragantino.
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