(FOLHAPRESS) – Com a expulsão da atacante Marta ainda nos acréscimos do primeiro tempo, o Brasil não foi páreo para a atual campeã mundial Espanha e perdeu por 2 a 0 nesta quarta-feira (31) em partida realizada no Stade de Bourdeaux, na segunda derrota seguida nas Olimpíadas.
O primeiro gol do jogo foi marcado quando o cronômetro marcava 22 minutos do segundo tempo pela atacante Athenea, completando no rebote após chute cruzado da meio-campo Caldentey. Nos acréscimos da etapa complementar, aos 61 -o juiz deu 16 minutos de prorrogação-, Alexia Putellas marcou um belo gol com um chute forte da entrada da área no canto esquerdo da goleira brasileira.
A derrota poderia ter representado uma despedida melancólica de Marta com a camisa da seleção brasileira. Aos 50 minutos do primeiro tempo, quando o jogo já se encaminhava ao fim da primeira etapa, Marta foi expulsa após levantar o pé em uma disputa de bola e quase acertar a cabeça da adversária Carmona.
A craque de 38 anos, que declarou neste ano que as Olimpíadas podem ser sua última participação com o Brasil, saiu de campo aos prantos, no dia em que completou 201 jogos com a camisa da seleção brasileira. Ela é a segunda maior artilheira do futebol nos Jogos Olímpicos, com 13 gols em seis participações, atrás apenas de Cristiane, que tem 14 bolas na rede.
Marta tem duas pratas em Olimpíadas, em Atenas-2004 e Pequim-2008, perdendo nas duas edições para os Estados Unidos.
Mesmo com o resultado ruim, a seleção brasileira conseguiu se classificar para a fase quartas de final de Paris-2024 como uma das duas melhores terceira colocadas dos grupos.
No grupo C do Brasil, a Espanha se classificou em primeiro com 9 pontos, com o Japão, que venceu a Nigéria nesta quarta, em segundo, com 6 pontos.
O Brasil, que venceu a Nigéria na estreia e perdeu para o Japão na sequência, ficou com 3 pontos e foi beneficiado pela derrota da Austrália para os Estados Unidos por 2 a 1 nesta tarde. A Austrália também tem 3 pontos, mas ficou com -3 de saldo, o primeiro critério de desempate do torneio, enquanto o Brasil tem -2 de saldo.
Na partida desta quarta-feira, a Espanha dominou o Brasil durante praticamente todo o primeiro tempo e foi quem criou as principais jogadas de perigo, com as jogadoras da equipe comandada por Arthur Elias com bastante dificuldade de manter a posse de bola.
Aos 13 minutos, as espanholas chegaram a marcar com a atacante Lucía García, mas o gol acabou anulado por impedimento da companheira Patri Guijarro.
A seleção europeia voltou a levar perigo ao gol do Brasil em ao menos mais duas oportunidades, com papel decisivo da arqueira brasileira Lorena e da zagueira Tarciane para evitar o gol espanhol.
O lance de maior perigo criado pelo Brasil foi aos 10 minutos com a atacante Ludmila. Ela tentou cruzar na área para Kerolin, a espanhola Laia Codina cortou e a bola acertou a trave espanhola.
Na segunda etapa, o Brasil começou melhor, chegando ao gol espanhol com perigo duas vezes, com Ludmila e Kerolin.
No entanto, com o Brasil jogando com uma a menos, e com a entrada de Bonmatí e Putellas na Espanha -elas haviam começado no banco pela equipe já estar classificada para a próxima fase-, as espanholas equilibraram a partida e impediram novas investidas das brasileiras.
“Você vê o Brasil inteiro se entregando, não só as 11 em campo, as reservas, está todo mundo unida por um só objetivo. A gente acredita muito na classificação e depois é um novo campeonato”, afirmou após a partida a lateral Tamires, uma das mais experientes do grupo.
Em Tóquio-2020, o Brasil perdeu para o Canadá nas quartas de final, na decisão por pênaltis. Na Rio-2016, caiu nas semifinais para a Suécia também na decisão por pênaltis, perdendo a disputa pelo bronze para o Canadá por 2 a 1. Em Londres-2012, parou também nas quartas de final, diante do Japão, por 2 a 0.
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