O Corinthians acionou a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva(DRADE) na tarde desta quinta-feira em razão das ameaças de morte e violência sofridas pelo goleiro Cássio nas redes sociais. A informação foi publicada nos canais oficiais do clube após a divulgação de áudios enviados ao personal trainer de Janara Sackl, esposa do ídolo corintiano.
Um homem que se disse torcedor do time alvinegro entrou em contato com o personal pelo Instagram e pediu, em áudio, que ele passasse uma mensagem para Janara. Em meio a ofensas pessoais à mulher, ele chama Cássio de “vagabundo” e diz que pretende “achar e esculachar” o goleiro, além de dizer que não sabe se vai matá-lo.
O usuário também afirma estar “fechado com o português”, em referência ao técnico Vítor Pereira, e chama os jogadores de “paneleiros”, citando o zagueiro Gil. Além disso, o personal também recebeu uma foto de uma arma em cima de uma camisa do Corinthians. Todo o material foi encaminhado à polícia.
“Esperamos que as autoridades consigam identificar o autor desse crime e que ele seja submetido às penas da lei. Rejeitamos a imagem que associa o Corinthians a uma arma de fogo e munição: como clube, nossa missão é de paz, respeito e igualdade, na vitória e na derrota”, diz um trecho da nota divulgada pelo clube.
“O atleta de futebol é um ser humano que tem direito tanto à integridade física quanto à saúde psicológica. Pedimos aos torcedores que se conscientizem a respeito da necessidade de paz no futebol, respeitem a pessoa do jogador e sua família e repudiem conosco qualquer iniciativa que tente transformar o futebol numa atividade em que a violência é tolerável”, completa.
RESPOSTA DE CÁSSIO
Desde a derrota por 2 a 0 para o Always Ready, na estreia da Libertadores, alguns torcedores têm subido o tom das cobranças ao time. No Instagram de Janara, um torcedor identificado com Ewerton Santos escreveu: “manda seu marido sair fora do Corinthians. Já deu a panelinha dele.”
A esposa do goleiro respondeu: “Orando para isso. Já deu esse bando de torcedor ingrato e sem vergonha.” Mais tarde, após as ameaças mais pesadas, Cássio também se posicionou sobre as críticas, em nota oficial.
“Sempre fui um jogador que lidou bem com críticas, discordei e me defendi quando necessário, além de admitir falhas quando entendi que elas aconteceram. Mas desafio alguém a provar que eu tenha ficado mais de dez anos no Corinthians sendo “vagabundo” ou “paneleiro”, os termos que foram usados hoje e que aparecem em algumas manifestações vez ou outra”, escreveu.
“Sou muito grato ao Corinthians e procuro retribuir essa gratidão deixando tudo o que posso a cada dia. Tenho total consciência que devo provar sempre porque cheguei a quase 600 jogos e conquistei nove títulos por esse clube. Nunca sentei em cima das glórias, até porque não ganhei nada sozinho e quero seguir ganhando enquanto eu tiver contrato vigente. Por tudo isso, não aceito o que aconteceu e não quis ficar calado diante de tanta injustiça”, completou, em outro trecho.
A situação incômoda começou a ganhar novos níveis de intensidade na manhã desta quinta-feira, quando a torcida organizada Gaviões da Fiel soltou uma nota de protesto e disse que jogadores como Cássio, Gil, Fábio Santos, Paulinho e Jô são descompromissados e estão rendendo pouco. O texto, finalizado com a frase “ou joga por amor, ou joga por terror”, também diz que a torcida estará “em todos os lugares para não deixá-los esquecer onde estão jogando.”
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