PORTO ALEGRE, RS (UOL/FOLHAPRESS) – Com dois gols de Edenilson, que na comemoração protestou ao fazer gesto antirracista, o Inter bateu o Independiente Medellín por 2 a 0, nesta terça-feira (17), pela penúltima rodada do Grupo E da Copa Sul-Americana, no Beira-Rio. O resultado coloca o time gaúcho na liderança da chave.
Com nove pontos, o clube colorado pula para o primeiro lugar. Porém, o posto está ameaçado pelo Guaireña, que enfrenta o 9 de Octubre também nesta terça-feira. Os colombianos estão eliminados, com quatro pontos.
O gesto antirracista, com punho cerrado e erguido após tirar a camisa do Inter -vestia por baixo do uniforme uma camiseta para mostrar a cor de sua pele- é uma resposta ao insulto racista que o meio-campista alega ter ouvido de Rafael Ramos, do Corinthians, no duelo entre as equipes, no último sábado (14), em jogo pelo Campeonato Brasileiro.
O Inter volta a campo no sábado (21) para encarar o Cuiabá, pelo Brasileiro. O Independiente Medellín terá pela frente o La Equidad, pelo Colombiano, no mesmo dia.
O Internacional foi melhor em campo desde o começo do jogo. Sempre no campo de ataque, com um sistema de marcação bem encaixado no adversário, o Colorado empilhou chances na partida. Sobraram oportunidades antes mesmo do gol de Edenilson, ainda no primeiro tempo.
E, depois do gol, a superioridade foi mantida, na mesma proporção do desperdício. Ao avançar, porém, o time gaúcho abriu espaço para saídas em velocidade do adversário e também foi ameaçado. O segundo gol justificou a superioridade gaúcha.
O Independiente Medellín teve poucas construções de jogadas realmente boas. Quando tentava trocar passes, acabava atrapalhado pela boa marcação do Inter. Sem conseguir muitos momentos nas cercanias da área do clube colorado, o time colombiano tratou de apostar em chutes de longe. Sua principal arma, além das tentativas de longe, foram os contra-ataques rápidos.
O Inter gostaria de jogar de preto, com sua camisa lançada no ano passado em manifestação antirracista. Porém, é necessário cadastrar os uniformes com antecedência na Conmebol para utilizar na Sul-Americana. Por isso, coube ao Colorado colocar um patch com dizeres contra o racismo em seu uniforme tradicional, vermelho. A ação é reflexo da acusação de Edenilson a Rafael Ramos, do Corinthians.
Em razão da tempestade chamada de Yakecan, o jogo esteve ameaçado de adiamento. O fenômeno atinge o Rio Grande do Sul, ocasionando ventos fortes, frio, mar revolto e chance de neve em algumas regiões.
Mesmo com vários serviços cancelados e orientação dos poderes públicos para que as pessoas permaneçam em casa, a Conmebol optou por manter a realização do jogo. O reflexo foi claro na presença de público.
Ao longo da semana, a previsão do Inter apontava para 16 mil presentes. Foram somente 4.045 pessoas, o pior público da história do Beira-Rio após a reforma para Copa do Mundo de 2014.
INTER
Daniel; Bustos (Heitor), Bruno Méndez, Vitão e Renê (Moisés); Dourado, Edenilson, Mauricio (Estevão) e De Pena (Liziero); Wanderson e David (Alemão). T.: Mano Menezes.
INDEPENDIENTE MEDELLÍN
Marmolejo; Mosquera, Víctor Moreno, Cadavid e Juan Arboleda; Arregui, Juan Carlos Diaz (Castrillón), Gómez (Pardo), Pineda (Cambindo) e Vladimir Hernández (Ricaurte); Pons (Cuesta). T.: Julio Comesaña.
Estádio: Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)
Árbitro: Facundo Tello (ARG)
Auxiliares: Ezequiel Brailovsky e Facundo Rodríguez (ambos argentinos)
Cartões amarelos: Edenilson (INT); Arboleda (IND)
Gols: Edenilson, do Inter, aos 19 minutos do primeiro tempo e aos 11 minutos do segundo tempo.
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