O Fluminense deu enorme passo rumo à decisão do Campeonato Carioca com o Flamengo nesta segunda-feira, ao superar o Botafogo, no Engenhão, por 1 a 0, e aumentar ainda mais sua vantagem no confronto semifinal. Dono da melhor campanha no Estadual, o time de Abel Braga jogava por dois empates e agora pode até perder por um gol no domingo que se garante na final.
Apesar do resultado positivo, a apresentação do Fluminense foi aquém do esperado. O time só acordou após a metade do clássico, depois de ver o Botafogo perder quatro grandes oportunidades. As entradas de Ganso, Nonato e Yago Felipe foram decisivas para o time tricolor buscar o triunfo.
Ganso deu o toque refinado que faltava para conduzir o Fluminense ao ataque, e Yago Felipe entrou ligado para colocar Jhon Arias na cara do gol, aos 36 minutos. O colombiano bateu forte e a bola ainda tocou na trave antes de entrar. O gol acabou sendo um castigo ao Botafogo que não teve paciência quando surgiu na cara de Marcos Felipe.
Sem conseguir ganhar os últimos dez clássicos do time tricolor – sete derrotas e três empates -, o Botafogo terá de desencantar e ainda buscar vantagem de dois gols no Maracanã, domingo, para reverter o duelo e ir à decisão.
Apesar da comemoração da vitória, o fim do jogo veio com preocupação ao Fluminense. Em um cruzamento, Marcos Felipe saiu pra cortar e atingiu a cabeça do companheiro Pineida. O lateral deixou o Engenhão de ambulância, com concussão, encaminhado ao hospital.
Pressionado pela eliminação na decisão por vaga na fase de grupos da Libertadores, o Fluminense optou pela manutenção do esquema com três zagueiros, com Manoel na vaga do machucado Felipe Melo. Dono da melhor campanha, a ordem era ao menos preservar a vantagem de dois empates para ir à decisão e não correr riscos no Engenhão.
Sem Carli, também machucado, Lúcio Flávio investiu no estreante Philipe Sampaio na defesa. No gol, Diego Loureiro substituiu Gatito Fernández, com a seleção paraguaia. A aposta, contudo, era em Luiz Fernando e no jovem Matheus Nascimento na frente para reverter a vantagem no confronto.
A primeira grande chance surgiu de uma saída errada de bola de David Braz logo com três minutos. O zagueiro armou o contragolpe do Botafogo que terminou com chute pelo alto de Chay. Marcando sob pressão, os donos da casa não davam espaços ao time de Abel. Mas também sofriam para chegar.
Com meia hora de partida os goleiros ainda não haviam trabalhado. O Fluminense sequer havia finalizado na partida. Os times lutavam muito pela bola, corriam bastante, mas mostravam enorme carência ofensiva. Os erros de passe davam a tônica do clássico.
O primeiro chute no gol saiu com 32 minutos. Finalização fraca de André nas mãos de Diego Loureiro. Pineida ainda furou dentro da área até surgir a grande oportunidade da etapa, já nos acréscimos. Depois de perde e ganha enorme, a bola sobra para Luiz Fernando na cara de Marcos Felipe. O goleiro divide com o atacante e a bola passa raspando o travessão.
As vaias das duas torcidas na pausa para o intervalo provaram que Botafogo e Fluminense ficaram devendo futebol em um clássico com 45 minutos sem tanta emoção no Engenhão. Abel poderia recorrer ao talento de Ganso, enquanto Lúcio Flávio gostaria de já ter Patrick de Paula à disposição. O volante, ex-Palmeiras, deve ser oficializado nesta terça-feira e assistiu ao clássico nas tribunas.
Os treinadores, contudo, não se incomodaram com as vaias a optaram pela manutenção da escalação. E o começo foi idêntico ao primeiro tempo. David Braz perdeu a bola, Chay bateu errado e Matheus Nascimento pegou a sobra para girar e perder ótima oportunidade com três minutos.
O lance prometia esquentar o clássico, mas não foi o que ocorreu. As equipes seguiram errando passes em demasia e novamente os goleiros viraram espectadores. A parada técnica seria a chance para os treinadores darem novo rumo a um clássico até então frustrante.
Abel usou uma prancheta e muitos palavrões para dar orientações e ainda optou por três trocas de uma vez. Destaque para a entrada de Ganso, para dar qualidade ao meio. Ainda colocou Yago Felipe e Nonato. Lúcio Flávio também mudou, em dose dupla, investindo no vice-artilheiro do Carioca, Erison.
A volta da pausa foi com o Botafogo exigindo grande defesa de Marcos Guilherme. Daniel Borges cruzou na cabeça de Erison, que quase tira o zero do marcador. O atacante ainda desperdiçou o rebote do goleiro. A resposta veio com chute de fora da área de André. O jogo, enfim, melhorou. Nonato parou em Diego Loureiro.
Depois de monótonos 65 minutos, o clássico ganhou emoção após a parada técnica com Ganso levando o Fluminense ao ataque e com Erison mostrando presença na área. O goleiro Diego Loureiro fez outra defesa importante com Matheus Martins batendo forte de dentro da área. Não teria o que fazer com Arias cara a cara. O gol do colombiano acabou definindo o embate.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 0 x 1 FLUMINENSE
BOTAFOGO – Diego Loureiro; Daniel Borges, Philipe Sampaio, Kanu e Jonathan Silva (Hugo); Kayque (Breno), Barreto (Fabinho), Rikelmi (Vinícius Lopes) e Chay; Luiz Fernando e Matheus Nascimento (Erisson). Técnico: Lúcio Flávio.
FLUMINENSE – Marcos Felipe; Nino, David Braz (Ganso) e Manoel; Calegari (Yago Felipe), André, Martinelli (Nonato) e Pineida (Cris Silva); Jhon Arias, Willian Bigode (Matheus Martins) e Cano. Técnico: Abel Braga.
GOL – Jhon Arias, aos 36 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Grazianni Maciel Rocha.
CARTÕES AMARELOS – André (Fluminense) e Kayque, Barreto e Kanu (Botafogo).
RENDA – R$ 273.455,00.
PÚBLICO – 8.422 presentes.
LOCAL – Engenhão, no Rio.
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