Depois de anunciar a saída de Felipe Melo, o Palmeiras decidiu também não renovar com Jailson, prova de que está em curso uma reformulação no elenco campeão da Libertadores de forma consecutiva. Neste sábado, o clube, assim como fizera com o volante, publicou um texto e um vídeo em forma de agradecimento ao goleiro pelo “ciclo longo, intenso e vitorioso”. Ele deixa a equipe após pouco mais de sete anos e era o jogador mais longevo do grupo.
A opção por não estender contratos de atletas veteranos é oposta à estratégia adotada em anos anteriores. Após o título brasileiro de 2018, por exemplo, o clube optou por renovar com Fernando Prass, Edu Dracena e o próprio Jailson. Desta vez, a diretoria, liderada pela presidente eleita Leila Pereira, que assume seu posto oficialmente no próximo dia 15, pensa diferente e quer renovar o elenco.
Jailson, de 40 anos, tem contrato até o fim de 2021 e seu vínculo não será renovado pela idade avançada. Em 2018, o então diretor Alexandre Mattos fez um contrato de gaveta para garantir a renovação do goleiro por mais dois anos e preteriu Fernando Prass, que deixou o clube em dezembro de 2019. Depois, Jailson renovou por mais uma temporada. Agora, seu ciclo, como o de Felipe Melo, está encerrado no Palmeiras.
Jailson foi contratado pelo Palmeiras vindo do Ceará em outubro de 2014 para ser reserva. Na época, tinha 33 anos e ganhou a oportunidade de sua carreira tardiamente. Mas o “Jailsão da Massa” aproveitou a chance e mostrou serviço com boas atuações. “É a prova viva de que nunca é tarde para realizar seus sonhos”, destacou o Palmeiras em seu site.
O atleta fez o primeiro jogo de Série A na carreira aos 36 anos e acumulou apresentações de alto nível, com defesas importantes sob as traves e protagonismo na conquista do nono título nacional.
Seu auge se deu em 2016, ano em que assumiu a titularidade após grave lesão de Fernando Prass e deu conta do recado, sendo decisivo na campanha que resultou no título brasileiro daquele ano. Virou, naquele torneio, uma espécie de amuleto ao não perder nenhuma das 19 partidas que disputou. Dois anos depois, em 2018, também foi importante no decacampeonato brasileiro, disputando 13 dos 38 jogos do torneio.
Em sua trajetória, o goleiro disputou 104 jogos pelo clube paulista, 95 deles como titular. Foi campeão brasileiro em 2016 e eleito melhor goleiro do torneio. Jailson só foi conhecer sua primeira derrota pela competição nacional em 2018, após 27 duelos invictos, fato que o coloca em segundo lugar no ranking dos palmeirenses com as maiores invencibilidades no Brasileirão em todos os tempos, superando, em números, ídolos como Ademir da Guia e Leão.
O jogador, que diz ser torcedor palestrino, encerra seu ciclo no Palmeiras com sete títulos: Copa do Brasil (2015 e 2020), Campeonato Brasileiro (2016 e 2018), Campeonato Paulista (2020), Libertadores (2020 e 2021). No fim, conseguiu marcar seu nome na Academia de Goleiros mais tradicional do futebol brasileiro.
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