O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se manifestou nesta terça-feira sobre punições aplicadas a atletas russos nas últimas semanas. Ele criticou a suspensão aplicada ao nadador Evgeny Rylov e saiu em defesa da patinadora Kamila Valieva, flagrada em teste antidoping.
Putin disse que a suspensão de Rylov é “completamente absurda”. O dono de duas medalhas de ouro na Olimpíada de Tóquio, no ano passado, levou gancho de nove meses por participar de evento encabeçado por Putin em estádio de futebol para mostrar apoio popular à invasão dos russos na Ucrânia.
Apesar da suspensão, Rylov disputou o campeonato russo de natação no fim de semana, infringindo a punição. Assim, poderá sofrer novas sanções nas próximas semanas. Seu caso está sendo investigado pela Federação Internacional de Natação (FINA).
Na defesa do nadador, Putin disse que atletas da Rússia e Belarus estão sofrendo discriminação. Na semana passada, tenistas dos dois países foram vetados do Torneio de Wimbledon, em junho, em retaliação à invasão russa.
“A suspensão de atletas da Rússia e de Belarus não apenas viola diretamente os princípios do esporte, mas também os direitos humanos mais básicos, de forma aberta e cínica”, declarou.
O presidente russo também minimizou o caso de doping de Kamila Valieva, promessa da patinação russa de apenas 16 anos que competiu nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim neste ano. Ele disse que, em sua modalidade, Valieva não precisa de “substâncias adicionais” para vencer.
“Através de seu trabalho, ela trouxe o esporte ao nível de uma verdadeira forma de arte. Tal perfeição não pode ser alcançada desonestamente com a ajuda de substâncias adicionais, manipulações. Sabemos muito bem que essas substâncias adicionais não são necessárias na patinação artística”, disse Putin.
A declaração do presidente russo aconteceu em uma cerimônia de premiação aos medalhistas do Comitê Olímpico Russo (ROC, sigla em russo) nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, no Kremlin – sede do governo em Moscou. Assim como os outros vencedores, Valieva estava presente no evento.
Kamila Valieva, que completa 16 anos nesta terça, testou positivo para trimetazidina, um medicamento para tratamento de angina de peito, em um exame realizado no dia 25 de dezembro em um campeonato no seu país. Porém, o resultado só foi divulgado pela Agência Mundial Antidoping (Wada, sigla em inglês) no dia 8 de fevereiro, um dia após ela conquistar a medalha de ouro na prova por equipes em Pequim.
Mesmo com o flagra, ela foi liberada para competir em Pequim por ser classificada como “pessoa protegida” – menores de 16 anos – e, apesar de passível de punição, pode ter a pena diminuída de maneira relevante. No julgamento da atleta na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), a possibilidade de contaminação também foi levada em consideração.
Por fim, Putin disse nesta terça que a Rússia vai sediar eventos e competições esportivas nos próximos meses e vai convidar apenas nações parceiras. Nas últimas semanas, o país perdeu o direito de sediar grandes competições, como o GP de Fórmula 1, e também o direito de disputar outras, como as Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar.
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