Derrotado por 2 a 1 para o São Paulo na noite de segunda-feira, no Morumbi, o Santos saiu de campo revoltado com a arbitragem por causa da jogada que originou um pênalti decisivo a favor do rival, perto do fim do jogo. A reclamação foi o único assunto tratado pelos santistas tanto na entrevista ainda no gramado com o goleiro João Paulo como na coletiva com o executivo Edu Dracena e o técnico Fabián Bustos. Não satisfeito com as manifestações, o clube emitiu uma nota assinada pelo presidente Andres Rueda.
“O Santos FC não vai mais se calar. Não é a primeira vez que fomos prejudicados nesta temporada. Seguimos sofrendo com erros inaceitáveis em lances cruciais da partida. A arbitragem do futebol brasileiro precisa de uma reciclagem e de mais responsabilidade em suas atuações. Não só pelo Santos, mas por todos os clubes envolvidos neste esporte. Não queremos ser beneficiados de forma alguma, mas também não aceitaremos ser prejudicados”, diz o texto.
No lance gerador de toda a polêmica, a bola saiu após uma disputa pelo lado do campo, e os santistas entenderam que o lateral deveria ser favorável a eles. O bandeirinha chegou a sinalizar que a bola seria do Santos, mas o árbitro Leandro Pedro Vuaden inverteu a marcação, auxiliado pelo quarto árbitro. Depois que o São Paulo cobrou o lateral, a jogada acabou em pênalti por causa de um toque de mão de Rodrigo Fernández.
A cobrança por reciclagem citada no comunicado oficial da equipe do litoral já havia sido feita publicamente por Dracena logo após a partida. O executivo de futebol criticou firmemente a decisão tomada por Vuaden e cobrou Wilson Seneme, anunciado neste mês como novo presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, substituindo Leonardo Gaciba.
“A gente está cansado de mandar ofício para a CBF, para a FPF, para as entidades. O que o Vuaden, o quarto árbitro e o bandeira fizeram com o Santos não se pode fazer, com todo o respeito ao profissional. Primeiro, foi falta. Segundo, a bola é do Santos, pegou no jogador do São Paulo. Terceiro, o bandeirinha deu e apontou para o nosso lado e depois voltou, nosso jogador já estava saindo .Ele tinha que ter a experiência de parar a jogada. Logo em seguida, sai um pênalti que prejudica um trabalho que a gente vem fazendo”, disse Dracena.
“Seu Seneme, o senhor que está agora comandando a arbitragem da CBF, que vocês reciclem esses árbitros que fazem esse tipo de situação. Não estou falando que são maus árbitros, estou falando que eles têm que melhorar. Pênalti para o Santos contra o Fluminense, nem foi ver o VAR e todo mundo falou que foi pênalti. O pênalti para o Coritiba, na Vila, do Zanocelo. Os caras conseguiram falar que bateu no cotovelo. Pô, brincadeira”, completou.
A revolta, segundo os santistas, é fruto de um acúmulo de indignações com decisões tomadas pelas arbitragens de outras partidas. Assim como Dracena, o técnico Fabián Bustos citou o empate sem gols com o Fluminense como outro exemplo de que o Santos estaria sendo prejudicado constantemente.
“Sei que temos que trabalhar, não dou desculpas sobre meu trabalho, mas contra o Fluminense era um pênalti claro no fim e hoje pelo menos um empate”, afirmou o treinador argentino. “É revoltante que uma pessoa com tanta experiência defina um clássico disputado como estava com esse erro grosseiro”, concluiu.
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