SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos duas pessoas morreram e sete ficaram feridas após um tiroteio no centro da cidade de Tel Aviv, em Israel, nesta quinta (7), de acordo com o serviço nacional de emergências do país. A polícia local classificou o episódio de ataque terrorista, e o atirador ainda não foi localizado.
Equipes de emergência estão no local, e aqueles que vivem nos arredores receberam instruções para permanecer dentro de casa. O prefeito Ron Huldai afirmou que a principal suspeita é a de que o atirador seja um homem de origem árabe que realizou o ataque por motivações nacionalistas; uma foto dele foi divulgada.
Ao Canal 13, o porta-voz da polícia Eli Levy informou apenas que “um terrorista abriu fogo a curta distância e depois fugiu a pé”. Ele pediu ainda que as pessoas não coloquem nem sequer a cabeça para fora das janelas de casa e fiquem longe de varandas.
Os dois homens que morreram no incidente tinham em torno de 30 anos, de acordo com o serviço nacional Magen David Adom. Outros dois homens e uma mulher tiveram ferimentos graves e recebem tratamento em hospitais, e quatro homens sofreram ferimentos leves.
O Ministério dos Transportes informou que, a pedido da polícia, todo o transporte público no centro de Tel Aviv foi interrompido enquanto os agentes de segurança continuam a busca pelo atirador. Ao menos 100 bloqueios foram feitos em estradas locais, e 1.000 policiais e agentes das unidades especiais do país foram mobilizados. Equipes também foram enviadas para Gush Dan, na região metropolitana de Tel Aviv.
Vídeo do momento que circula nas redes sociais mostra dezenas de pessoas correndo após o ataque, que teria ocorrido no bar Ilka, na rua Dizengoff, repleta de restaurantes e estabelecimentos comerciais.
O Hamas celebrou o ataque desta quinta, algo que também fez nos episódios anteriores. Mushir al-Masri, alto funcionário do grupo, disse à rede Al Jazeera que a ação, que chamou de “operação de resistência”, é uma “resposta natural aos crimes de Israel contra o povo palestino”.
O grupo radical Jihad Islâmica também comemorou. “Esta operação heróica nas profundezas de Tel Aviv confirma o quão suscetível Israel é a ser atingido”, disse Yousef al-Hasayneh, do alto escalão do grupo.
O premiê Naftali Bennett, cujo governo enfrenta sua maior crise interna desde que assumiu, após perder a maioria no Parlamento, prestou solidariedade às famílias das vítimas e disse que irá orar por elas. “Onde quer que o terrorista esteja, nós o alcançaremos”, afirmou. “E quem o ajudou, direta ou indiretamente, pagará o preço também.”
Israel tem observado, ao longo das últimas semanas, uma onda de ataques realizados em diferentes partes do país. A época coincide com a celebração muçulmana do período sagrado do Ramadã, com o Pessach, a Páscoa judaica, e também com a Páscoa cristã.
Especialistas apontam que, além das celebrações carregadas de tradição, outro fator que pode ser pano de fundo dos ataques é a indisposição de grupos extremistas com o fortalecimento das relações institucionais entre Israel e países árabes.
O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria de um dos ataques, no qual dois homens de origem árabe mataram dois policiais israelenses no final do mês passado. Os atiradores foram mortos na sequência, e ao menos três pessoas ficaram feridas.
Dias depois, um atirador abriu fogo nos arredores de Tel Aviv e matou cinco pessoas -ele foi morto na sequência-, naquele foi o quarto episódio do tipo nos últimos dez dias no país.
Ao todo, 13 israelenses foram mortas no último mês em Israel em meio a esses episódios, segundo informações da agência de notícias Reuters.
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