Depois de mais de um mês de guerra, os médicos ucranianos começaram a ver um aumento acentuado do número de nascimentos prematuros em algumas áreas do país.
Clínicas pré-natais em Lviv e Kharkiv reportam à BBC que a taxa de nascimentos prematuros duplicou ou triplicou nas últimas semanas, como resultado do estresse e de problemas médicos ligados à guerra.
Na cidade sitiada de Kharkiv, Polina está lutandor pela vida. Tem apenas cinco dias e pesava pouco mais de 600 gramas quando nasceu.
“Infecções, falta de ajuda médica, má nutrição – a guerra cria um risco de nascimento prematuro”, diz Iryna Kondratova, diretora da clínica onde nasceu Polina.
Os partos prematuros são agora responsáveis por 50% de todos os partos na sua clínica. Nem todos os hospitais na Ucrânia relatam um aumento, mas na maternidade de Lviv, os partos prematuros duplicaram de um em cada 10, para um em cada cinco.
O hospital começou a construir um bunker subterrâneo especial para alojar os bebês em cuidados intensivos em caso de ataques aéreos.
Em Kharkiv, já sob forte bombardeio, o pessoal optou por não ir para os abrigos, mas sim permanecer na enfermaria com os bebês menores e viver com eles durante os bombardeios.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790, entre os quais 200 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,8 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos. A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
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