SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Desde que retomou os serviços para a emissão de vistos, em novembro de 2021, o Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo viu a demanda reprimida pelo documento explodir.
Sem atender durante os 20 meses em que as fronteiras terrestres e aéreas dos EUA estiveram fechadas para impedir o avanço da pandemia, e somando a análise dos pedidos represados, o consulado na capital paulista já atingiu a marca de 354 dias de espera por uma entrevista de visto no último mês.
O visto de turismo, B1/B2, é o mais solicitado pelos brasileiros, respondendo por 92% de todas as solicitações de entrada realizadas junto ao governo americano.
Dados do Departamento de Estado dos EUA mostram a elevação na procura desde o fim das restrições a viajantes: em fevereiro, foram emitidos 63 mil vistos B1/B2, 35% a mais do que os 47 mil de janeiro. Em dezembro, as aprovações ficaram na casa dos 43 mil, bem acima das 24 mil do mês anterior.
Segundo o advogado de imigração da AG Immigration, Felipe Alexandre, o tempo de espera para uma entrevista nas representações diplomáticas dos EUA em outras capitais brasileiras está menor do que em São Paulo, mas, ainda assim, elevado em comparação com períodos pré-pandemia.
“No final de abril, estava em cerca 269 dias em Porto Alegre, 238 dias em Brasília, 227 dias no Rio de Janeiro e 179 dias em Recife”, afirma Alexandre.
O tempo de espera para um agendamento, porém, não deve ser visto como motivo para adiar os planos de uma viagem ao país, segundo o consulado, pois ele varia constantemente. A recomendação é planejar a viagem com antecedência e acompanhar o processamento do visto.
“Depende de algumas variáveis como, por exemplo, da demanda e da capacidade de atendimento de cada posto consular, do tipo de visto solicitado e da disponibilidade de horários de agendamento que são criados regularmente”, afirma o órgão.
Alexandre diz ainda que deixar para depois pode aumentar ainda mais a espera pelo visto. “Há um esforço dos oficiais consulares em atender à crescente demanda. Profissionais estão sendo contratados para aumentar o número de agendamentos”, diz.
O Consulado de São Paulo afirma que está “trabalhando diligentemente para aumentar a disponibilidade de consultas para todas as classes de vistos”.
“Novos horários de agendamento para entrevistas têm sido disponibilizados no sistema online, e as pessoas que já fizeram seus agendamentos podem continuar a acessar o sistema online regularmente para tentar reagendar suas entrevistas para datas mais próximas, sem nenhum tipo de cobrança extra”, afirma o Consulado.
As datas disponíveis podem ser checadas em: https://br.usembassy.gov/visas/nonimmigrant-visas/.
Embaixada e Consulados dos EUA afirmam ainda que a validade dos pagamentos da taxa de visto ou taxa MRV foi ampliada.
“O prazo será até 30 de setembro de 2023, para permitir que todos os candidatos que não puderam marcar uma entrevista de visto em razão da suspensão das operações consulares de rotina tenham a oportunidade de marcar e/ou comparecer a uma entrevista de visto com a taxa já paga”, diz o órgão americano.
No primeiro trimestre deste ano, o Brasil se tornou o quarto país que mais visitou os EUA, atrás somente de México, Reino Unido e Canadá. Só em março, foram quase 79 mil visitantes, segundo departamento de governo americano.
Para quem precisa tirar o passaporte é preciso ainda agendar um horário em um posto da Polícia Federal, o que também tem requerido doses de paciência.
Segundo a Superintendência da Polícia Federal paulista, o sistema não está dando conta da alta na demanda e programa para disponibilizar agendamentos em até 90 dias.
O “pulo do gato” neste caso, orienta a PF de São Paulo, é tentar a “xepa do passaporte”, ou seja, acessar o site para agendamento no fim da tarde, quando há maiores chances de desistências e vagas eventuais podem ser abertas.
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