SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um norte-americano descobriu que a casa que comprou em Filadélfia, na Pensilvânia (EUA), era o antigo lugar em que seus antepassados foram escravizados. Fred Miller, 56, adquiriu o imóvel em maio de 2020 para sediar grandes reuniões familiares e só agora fez essa descoberta, segundo a TV americana CBS News.
A casa já foi uma plantação chamada Sharswood – nome do bairro em que ela fica. A residência foi feita na década de 1850 por um tio e um sobrinho proprietários de escravos que compartilhavam seu sobrenome. “Se eu soubesse que havia uma ‘Miller Plantation’, talvez eu pudesse colocar uma conexão com o sobrenome Miller e aquela plantação”, disse.
Fred teve a colaboração da irmã Karen Dixon-Rexroth e dos primos Dexter Miller e Sonya Womack-Miranda, que ajudaram e pesquisaram sobre a história do local. “
Algo me levou a conhecer a história deste lugar”, disse Dixon-Rexroth. “Eu sabia que era um lugar antigo de 1800, então comecei a partir daí, olhando para os proprietários anteriores e também para quaisquer registros disponíveis online”.
Na conversa exibida pela CBS News, Dexter, o primo de Fred, perguntou ao seu ex-colega de trabalho e irmão da antiga dona da casa, Bill Thompson, onde ficava o cemitério de escravos. “Eu disse: ‘Bill, há uma pergunta que está me incomodando: onde fica o cemitério de escravos?’ Ele disse: ‘Dexter, é bem ali.’ Eu disse: ‘Bem onde?’ Ele disse: ‘Você vê aquelas árvores ali?'”.
Fred definiu isso como algo de “partir o coração”, falou. “Só de pensar que todos esses anos me perguntando, e estava bem debaixo do meu nariz o tempo todo, bem aqui”.
Ele planeja limpar o cemitério e quer criar uma fundação sem fins lucrativos para restaurar as senzalas da propriedade para ajudar e educar pessoas interessadas na história da escravidão.
A irmã afirmou que o lugar se tornou algo de profundo significado e conexão com o passado. “Eu definitivamente diria que, em toda esta propriedade, posso sentir algo dentro de mim quando estou andando ou simplesmente fazendo qualquer coisa. Eu sei que nossos ancestrais estão olhando para nós com um sorriso”.
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