Os homens armados, em número desconhecido, teriam invadido a localidade de Naulala, no distrito de Mecula, na manhã de sábado, onde permaneceram por cerca de uma hora, de acordo com o relato na edição de hoje do jornal estatal Notícias, que detalha vários passos do incidente.
Além de invadir casas, os homens teriam roubado produtos alimentares, medicamentos e incendiado “um carro da Reserva Especial do Niassa e quatro motos”, para além de “raptarem cerca de uma centena de jovens, levado para destino desconhecido”.
Entre as casas vandalizadas “encontra-se a do chefe da localidade”, refere o jornal.
A maioria da população daquela localidade está refugiada numa escola primária na vila sede do distrito de Mecula, havendo alguns que se encontram nas matas da região, próximo da Reserva do Niassa.
De acordo com o Notícias, houve um tiroteio entre a força da guarda fronteira e o grupo armado, suspeitando-se que este esteja relacionado com os grupos insurgentes de Cabo Delgado.
Membros das Forças de Defesa de Moçambique foram enviados àquela localidade para garantir proteção à população, de acordo com o jornal, tendo encontrado dois menores que “caminhavam desamparados”.
A agência de notícias Lusa entrou em contato a Polícia da República de Moçambique (PRM), mas a corporação remeteu esclarecimentos para “momento oportuno”.
“Nós, como polícia, ainda não nos pronunciamos sobre esse assunto”, disse à Lusa, Alves Mathe, porta-voz da PRM no Niassa.
A província do Niassa faz fronteira com Cabo Delgado, que é aterrorizada desde outubro de 2017 por rebeldes armados sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registro de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocimboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
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