Latrocidas chamavam corrida e motorista que viesse estava marcado para morrer, conta delegado

O trio envolvido no latrocínio dos motoristas de aplicativo não tinha critérios para escolher a próxima vítima. Eles utilizavam o celular de um parente para atrair os trabalhadores e quem aceitasse a corrida era o escolhido para morrer. Um deles, inclusive, foi morto a pauladas e o crime, filmado. Tamanha barbárie deixou o delegado Nilson Farias, responsável pelas investigações na Delegacia de Homicídios, sem dormir. Um jovem de 20 anos foi preso e dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos ao confessarem as execuções.

Em entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real, Nilson explicou que duas vítimas foram esfaqueadas até a morte e outra foi executada a pauladas. Inclusive, a vontade de matar era tanta que a faca utilizada em um dos homicídios quebrou, mas os criminosos pegaram um canivete para concluir a matança.

“Era só chamar. Eles pegavam um telefone de algum parente e de forma aleatória acionavam um Uber e o que aceitasse era o escolhido para morrer. A última vítima morreu a pauladas e os outros dois morreram a facadas. Em um dos homicídios, a faca quebrou e, quando, quebrou usaram um canivete. Uma coisa bem apavorante que eu não consegui dormir até agora. É muito triste o que aconteceu. Estamos falando de uma barbárie sem precedentes”, declarou Nilson.

O delegado explicou que foi a partir da morte de Elizeu Coelho, de 58 anos, o primeiro motorista de aplicativo a desaparecer, que os suspeitos começaram a desenvolver uma espécie de compulsão por matar. A princípio, o adolescente de 17 começou a praticar os assassinatos porque queria demonstrar que o crime também vencia, em caráter de vingança. Isso porque, o irmão dele foi assassinado durante um roubo. Ocasião que o menor também foi baleado no tórax e perdeu um rim.

“O maior [de 20 anos] acabou entrando na situação pelo roubo, porém, na hora que ele matou junto com o menor [de 17], ele falou que sentiu prazer e que gostou da ideia. Inclusive, foi ele que falou pra gente que se não prendesse, eles não iriam parar. Iam continuar chamando motoristas de aplicativo, matando e ficando com o carro.  Eles desenvolveram essa compulsão a partir do Elizeu e resolveram não parar mais [de matar]. Eles queriam pegar o veículo, os valores, mas também ter o prazer de tirar a vida”, narrou Farias.

POUPARAM UM MOTORISTA

Ainda segundo o delegado, o número de motoristas mortos era para ser ainda maior, uma vez que eles chegaram a abordar um trabalhador, mas ele foi poupado por ser evangélico. “O primeiro motorista, eles libertaram porque o menor de 15 anos pediu para não matar. Nessa primeira ação eles não mataram. O motorista era evangélico, mostrou a foto da família e eles não mataram”, disse Farias.

ENTENDA O CASO

Os motoristas Márcio Rogério Carneiro, 34 anos, Elizeu Rosa Coelho, 58 anos, e Nilson Nogueira, de 42, desapareceram na última semana em Cuiabá. Os três saíram para trabalhar e não retornaram. Os veículos de Elizeu e Márcio foram encontrados abandonados, mas nem sinal dos homens. Na noite de segunda-feira (15), os corpos de Elizeu e Márcio foram localizados no bairro Jardim Petrópolis, na região do Chapéu do Sol, e em um lixão próximo do Capão do Pequi, ambos em Várzea Grande. No entanto, Nilson ainda não foi encontrado. A Polícia Civil realiza diligências para encontrar o corpo da terceira vítima.

Fonte: Hipernotícias
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