Por 12 votos contra 8, os deputados estaduais arquivaram a proposta do deputado Gilberto Cattani (PSL), que responsabiliza quem exigir o passaporte da vacina para o caso de danos colaterais por conta dos imunizantes. A votação foi realizada na sessão ordinária desta quarta-feira (15).
A votação da proposta gerou um embate entre deputados “Lulistas” e “Bolsonaristas”. O deputado Lúdio Cabral (PT) chegou a mencionar trechos de notícias vinculadas no dia 14 de novembro de 1904 durante a Revolta da Vacina, uma rebelião popular contra a vacina anti-varíola no Rio de Janeiro.
“Peço as pessoas que pesquisem na internet fotos de pessoas acometidas pela varíola, um vírus quer foi erradicado do planeta Terra graças a vacinação da população. É isso, infelizmente, o que estamos vivendo aqui, uma revolta contra a obrigatoriedade da vacina em nosso território”, disse Lúdio.
“O texto é inconstitucional, ilegal e inócuo. Não diz que tipo de responsabilização o poder público e os empresários sofrerão. Foi rejeitada a proposta pela Comissão por não ter consistência. Com essas propostas ridículas, é dever da Assembleia arquivar sumariamente”, acrescentou.
De outro lado, Cattani alegou que seriam responsabilizados “todos os efeitos colaterais adversos”, mas não especificou qual seria essa responsabilização. “Estamos prezando pela liberdade do povo mato-grossense”, defendeu Cattani.
Os deputados Xuxu Dalmolin e Valdir Barranco também entraram no embate. “Bolsonarista de carteirinha”, Dalmolin atacou o STF (Supremo Tribunal Federal), que exigiu passaporte da vacina às pessoas que chegam de outros países.
Já Barranco, disse que Xuxu esteve em Brasília recentemente e não “teve coragem” de atacar a Suprema Corte. “A coragem que tem aqui faltou lá”, ironizou.
Xuxu, então, atacou o PT, partido de Barranco. “Nós protestamos com civilidade. Não saímos quebrando tudo. Lutamos pela nossa liberdade e o direito de escolha. Não somos o PT, que tirou da saúde para construir estádios e desviou o dinheiro dos estádios”.
Ao final, Barranco citou o resultado da última pesquisa Ipec, que substituiu o Ibope, que indica que Luiz Inácio Lula da Silva lidera as pesquisas presidenciais com chance de vencer no 1º turno.
PASSAPORTE DA VACINA
Após pedido de vistas dos deputados Ulysses Moraes (PSL) e Gilberto Cattani (PSL) foi adiada a votação do Projeto de Lei 780/2021, que proíbe o poder público de exigir a apresentação de comprovante de vacina contra Covid-19 para acessar estabelecimentos comerciais e congêneres.
Antes da sessão, o primeiro-secretário ALMT, deputado Eduardo Botelho (DEM), que havia pedido vista para defender a apresentação de um substitutivo integral, afirmou que não havia necessidade de aprovar um projeto que pudesse restringir a atuação do Estado, caso fosse necessário. “Acho que nós temos que deixar isso para quem tem competência para isso que é o comitê gestor da pandemia dentro do Estado. Então, não somos nós deputados quem temos que dizer se exige ou não. No meu entendimento, a Assembleia Legislativa criar já dizendo que não pode em hipótese alguma, acho que é estarmos na contramão”, disse Botelho.
Em Mato Grosso, ainda não há passaporte da vacinação. Apenas os jogos de futebol com a presença de público pedem o comprovante vacinal ou o exame negativo de Covid-19. Entretanto, recentemente o governador Mauro Mendes (DEM) defendeu a exigência da vacinação para a participação em eventos e liberação de viagens.
Folhamax
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