As investigações sobre as finanças do vereador Paulo Henrique (MDB), de Cuiabá, revelam movimentações bancárias que ultrapassam R$ 1,2 milhão em um ano, um valor incompatível com sua renda declarada. Essas operações levantaram suspeitas de corrupção do político. Paulo Henrique foi preso nesta sexta-feira (20), como alvo da Operação Pubblicare, uma continuação da Operação Ragnatela, que desvendou um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho (CV) por meio de eventos em casas noturnas da capital.
Segundo informações contidas no mandado de sua prisão, os valores creditados em sua conta são majoritariamente provenientes de remetentes ligados ao próprio titular ou a entidades sem vínculos claros, tornando o rastreamento das transações extremamente difícil.
Entre as irregularidades detectadas, a conta de Paulo Henrique recebeu múltiplos depósitos, realizados principalmente em terminais de autoatendimento, com valores abaixo do limite que exige identificação. Isso impossibilitou a rastreabilidade da origem dos fundos. Após serem depositados, os valores foram em grande parte transferidos via PIX para diversos beneficiários, incluindo servidores públicos, sugerindo possível intermediação de recursos em benefício de terceiros.
Parte desse montante foi transferida diretamente para a conta de Paulo Henrique, totalizando R$ 116.690, além de R$ 12 mil enviados para uma das empresas de Willian Gordão, dono do antigo Dallas Bar e membro do Comando Vermelho. As movimentações financeiras de Paulo Henrique, entre junho de 2023 e junho de 2024, superaram em muito sua renda oficial de R$ 36.360, agravando ainda mais as suspeitas sobre a origem dos recursos.
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