A presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Paula Calil (PL), classificou como “deselegantes” as críticas feitas pelo vereador Jeferson Siqueira (PSD) aos primeiros 31 dias da gestão do prefeito Abilio Brunini (PL), manifestação feita durante a sessão solene do Legislativo na manhã desta segunda-feira (3). De acordo com Paula, a sessão é regimentalmente reservada ao início dos trabalhos da nova legislatura, portanto, não caberia as críticas neste momento.
“Eu achei deselegante a atitude do vereador Jefferson na hora que você convida uma pessoa para vir, para ouvir a mensagem dela nessa Casa de Leis, numa sessão solene e, aí, você tem um discurso de cobranças. Esse não é o momento. Nós teremos nas sessões ordinárias onde nós vamos pôr em debate essas discussão. O vereador está aqui para ‘parlar’ no parlamento, mas, hoje, nós estamos em uma sessão solene seguindo o Regimento Interno”, disse a vereadora.
Durante a sessão desta segunda, os ânimos se exaltaram entre Jeferson e Abilio. Após o prefeito ler a sua mensagem aos vereadores, foi aberto o microfone para que cada representante de um partido fizesse seu discurso. Único representante do PSD na Câmara, Jeferson foi ao plenário e acusou Brunini de ceder cargos da gestão para parentes de outros vereadores da Capital.
Nesse momento, Paula Calil interrompeu a fala de Jeferson e pediu que ele seguisse o artigo 15 do Regimento Interno da Casa, que diz que os discursos da sessão solene devem se ater à mensagem do prefeito. Ao mesmo tempo, Abilio abandonou a sessão e só retornou minutos depois, quando Jeferson havia terminado seu discurso. Abilio permaneceu no local por alguns minutos e foi embora antes do fim da sessão.
Paula Calil afirmou que sua intervenção não foi para proteger o prefeito, que é seu correligionário no Partido Liberal. Ela disse que, ao interromper a fala de Jeferson, ela teve a intenção de seguir o Regimento Interno, afinal, no seu entendimento, o vereador de oposição estava fugindo do tema da reunião.
“Depois, eu até achei por bem dar mais um tempo pra ele. Ele questionou, e pra não gerar toda essa polêmica, a gente deu mais um tempo pra ele falar, mas hoje é uma sessão solene. (…) O prefeito Abilio teve essa atitude de se levantar e sair, depois ele voltou. Acho que pensou melhor de voltar para dentro do plenário. Se eu estivesse no lugar dele, eu não teria saído”, disse a parlamentar.
A presidente ainda rebateu as críticas de que a Câmara será um “puxadinho da Prefeitura de Cuiabá”: “o Legislativo é um poder independente. Mas isso não quer dizer que nós não vamos ter diálogo com o Executivo. Tem que haver o diálogo. Se não houver diálogo, atrapalha a gestão e atrapalha a população. Nós estamos aí há oito anos com a população precisando, clamando por mudanças, por uma Saúde melhor, por uma Educação melhor, por infraestrutura nos bairros”.
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