O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou, nessa quarta-feira, em entrevista exclusiva ao programa Boa Tarde Brasil, da Rádio Guaíba, ter provas de que Aécio Neves (PSDB) venceu as eleições presidenciais em 2014. Na ocasião, o tucano acabou sendo derrotado por Dilma Rousseff (PT), mas o atual chefe do executivo destacou que houve fraude.
“Eu vou aqui dar um passo a mais no qual eu não ainda falei. Vou comprovar e vou mostrar para vocês como foram as eleições do 2° turno em 2014. Vocês vão ter uma surpresa no tocante a isso. O nosso levantamento, feito por gente que entende do assunto e esteve lá dentro (TSE), acompanhou toda votação (…). Eu não sou técnico em informática, mas pelo que ouvi, está comprovada a fraude em 2014. O Aécio foi eleito em 2014”.
Por conta disso, Bolsonaro também voltou a defender a implementação do voto auditável e questionou os interesses do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barros, que já declarou ser contra a volta do voto impresso, tendo atuado contra a discussão da PEC sobre o assunto no Congresso.
“Ganha eleição quem conta o voto e quem conta o voto é o TSE. E o ministro Barroso, nós sabemos qual é a vida pregressa dele e o que ele defende, o que ele pensa, o que ele acha de democracia, os seus temores. Eu não entendo como é que o Barroso se apresenta defendendo a votação como é, atualmente, como a própria vida”, declarou o presidente que também voltou a dizer que, caso o voto não seja impresso e ele venha, se candidato, perder as eleições, vai contestar o resultado.
André Mendonça
O presidente também confirmou, novamente, que vai indicar André Mendonça, atual advogado-geral da União, ao Supremo Tribunal Federal. E disse que, além de ser evangélico, Mendonça apresenta “notável saber jurídico”.
“Nós fizemos uma sessão ontem aqui em Brasília. É inacreditável o que eu vou falar, mas se ele autorizar – a divulgação, já que foi gravada – e não vai ter ninguém para divulgar porque não teve nada de secreto… Ele (André Mendonça) falou por dez minutos sobre ele possivelmente no STF, o que ele achava do governo e também sobre sua convicção religiosa e levou mais da metade das pessoas presentes (umas 50) às lágrimas. Um homem humano, sério, humilde e que não abre mão das suas convicções, respeita todo mundo. É uma pessoa ideal para o Supremo, muito boa para o Supremo. E eu falei há um tempo atrás: como é bom se uma vez por semana, nessas sessões que são abertas no STF, começassem com uma oração do André (Mendonça). Quando se olha para o Barroso dado o que ele defende, coisa que não encontra amparo nenhum no livro preto, que é a nossa Bíblia, esse cara não acredita em Deus. Não quero fazer um pré-julgamento dele, mas ele não acredita em nada. Ele acredita que ele é o próprio Deus. Então uma pitada de religiosidade e de cristianismo dentro do Supremo é bem-vinda”.
Saúde
O presidente, que atendeu à Rádio Guaíba por cerca de uma hora, também falou sobre outros assuntos, alguns envolvendo a área da saúde. Bolsonaro disse que “nenhum governo deu tanto dinheiro a estados e municípios no enfrentamento da pandemia como o federal”, além de novamente atacar a CPI da Pandemia no Senado, que segundo ele, busca estragar a imagem da atual gestão “porque o parlamento não foi comprado, como em outros governos”.
Escândalos de corrupção
Bolsonaro também comemorou a aceitação popular e afirmou que, nos dois anos e meio que está a frente do País, não houve escândalos de corrupção. Mencionando o caso Covaxin, que veio à tona na CPI da Pandemia, o presidente enalteceu que o governo federal não gastou um centavo e não recebeu nenhuma ampola da vacina. E lembrou que cada contrato da área da Saúde passa por três pessoas, depois pela Controladoria Geral da União (CGU) e, ainda, pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “(Com toda essa burocracia) cai por terra esse esquema de corrupção inventado por eles (CPI)”, declarou o presidente.
Orçamento e obras
“Nunca tivemos um orçamento tão pequeno”, disse o presidente ao revelar que vai conversar com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, para ver a possibilidade de repasse de R$ 5 bilhões para a pasta da infraestrutura, com objetivo de melhorar a malha asfáltica federal no País. “Diminui o custo do caminhoneiro e todo mundo ganha com isso”.
No entanto, ele admitiu ser complicado, já que há um teto de gastos estabelecidos que deve ser mantido.
Agenda no Rio Grande do Sul
O presidente Jair Bolsonaro cumpre agenda no Rio Grande do Sul nesta sexta-feira e sábado. Na sexta, participa de evento em Caxias do Sul, onde abre a 1ª Feira Brasileira do Grafeno, na Universidade de Caxias do Sul. Também cumpre agenda em Bento Gonçalves. No sábado, vem a Porto Alegre participar de uma “motociata”.
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